Tulum em uma semana. Um paraíso da Riviera Maya

Amei esta viagem, que superou em muito minhas expectativas. Escolhi Tulum, no México, para passar uma semana com minha filha de 9 anos nas férias de julho de 2017, mas sugiro ao menos 9 dias. Tem tantas atrações que dá para passar uma temporada.

Tulum fica a aproximadamente 2h00 horas do aeroporto de Cancún e 0h50min de Playa Del Carmen, mas não tem nada, além do lindo mar caribenho, em comum com estas duas cidades da Riviera Maya.

Enquanto Cancun e Playa Del Carmen têm em comum resorts imensos na faixa litorânea, Tulum faz o estilo hippie chic com pequenos hotéis a beira mar, com cara de pousadas, e restaurantes rústicos, com menus gastronômicos.

As atrações são variadas e vão de sites arqueológicos a mergulhos em cenotes (rios subterrâneos), somados a alguns parques aquáticos, que oferecem muita diversão em meio a uma natureza exuberante.

Como chegar e como se locomover

Se gostar de dirigir, pode alugar um carro no aeroporto de Cancum e ficar motorizada o tempo todo. A autoestrada que liga o aeroporto a Tulum é duplicada e bem sinalizada.

Se, como eu, preferir não dirigir, não se preocupe, pois há muitos taxis em Tulum, o preço é tabelado e todos respeitam. Ninguém em momento algum quis nos enganar neste quesito.

Contratei o traslado entre o aeroporto e o hotel com a Brasil Transfers, por USD 155 (ida e volta) e o preço foi melhor do que o hotel nos ofereceu. O transfer privado, em uma van confortável foi rapidamente agendado pelo whatsapp (Jacky +529981250493), sem necessidade de depósito prévio (pagamos no destino) e foram pontuais na ida e na volta. Recomendo.

Em Tulum, utilizamos táxis agendados com o hotel. Em alguns dias, o táxi nos aguardou durante os programas e em outros dias voltamos com táxis disponíveis no local, sem qualquer perrengue. Indicaremos abaixo os valores que pagamos em cada programa. Para circular na faixa em que estão os hotéis e restaurantes, os taxis custavam entre USD 7 e USD 10.

Na maioria dos programas fomos conduzidos pelo Sr. José Castro +52 984 120 9272, que tem uma confortável perua de 7 lugares.

Onde ficar

Os hotéis de Tulum se encontram basicamente numa faixa litorânea de aproximadamente 5 km, que vai da Zona Arqueológica até a Reserva de Sian Ka’An. Na sua maioria estão de frente para a praia, sendo que o outro lado da rua é ocupado por restaurantes e boutiques.

Embora a maioria dos hotéis esteja de frente para uma extensa praia, as condições desta variam e alguns pontos são melhores para banho do que outros, por conta de pedras.

Os hotéis são despretensiosos, mas com charme e conforto.

Eu tive dificuldade para escolher o hotel, porque fiquei receosa, quando das consultas aos sites de reserva, quanto ao conforto e localização. Chegando lá, pude perceber que o padrão não muda muito entre eles.

Acabei por escolher o Hotel El Pez, que é um dos 4 hotéis filiados a Small Luxury Hotels na cidade de Tulum. Todos pertencem a rede Colibri e ficam próximos. Reservando um deles, além de um drink cortesia que recebe para tomar em cada um deles, pode usar o serviço de praia de todos eles.

O El Pez é o mais rústico e mais barato dos quatro, e o Mi Amor, o mais luxuoso, não aceita crianças.

O El Pez, apesar de rústico, tem muito charme, serviço atencioso e um restaurante delicioso. Fica quase dentro d`água, em frente a uma praia linda, mas não muito boa para banho. O serviço da recepção e do restaurante é muito atencioso.

Fiquei num dos quartos “casa” (quarto superior e não uma casa) com uma vista linda. O tamanho é bom, banheiro básico, cama confortável com roupa de cama e banho boas. O quarto internamente é bem mantido, mas do lado de fora, a madeira já mereceria reparo.

A área social, ligada ao restaurante, é bem bonita e tem uma varanda bacana com vista para o mar. Gostei do café da manhã servido a la carte, com diversas opções que saem do básico. Almoçamos e jantamos um dia no restaurante e tudo estava muito bom e bem apresentado. Vale a pena ir fazer uma refeição lá, mesmo que não esteja hospedado.

Pegamos praia em frente ao La Zebra, da mesma rede, e recomendo. Tem um beach club lindo e fica numa área da praia excelente para banho (sobre o restaurante, leia abaixo).

Onde comer

Fiquei impressionada com a quantidade de opções. De tantas que eram, algumas tiveram que ficar de fora. Todos que fomos ficam na faixa litorânea, de frente para praia ou do outro lado da rua.

Fomos nos seguintes no jantar:

Wild: talvez por ser o mais distante, estava vazio na nossa ida. Ambiente despojado, mas bonito. Serve pratos contemporâneos com alguns ingredientes típicos. Achei gostoso, mas um pouco mais caro do que a média.

Gran Palapa: restaurante do premiado chef Paco Ruano no hotel El Pez. O chef tem passagem por alguns restaurantes espanhóis considerados os melhores do mundo, e o restaurante foi considerado pela revista Restaurant, em 2016, “One to “Watch”. Serve comida mexicana com excelentes pratos com frutos do mar. Gostei muito do ceviche e também dos tacos de camarões do menu do almoço e do Atum cru com abacate e polvo do jantar.

Eles servem um brunch ao domingos com música ao vivo, que parece ser bem legal também.

Mezzanine: restaurante tailandês no restaurante do hotel do mesmo nome e um dos filiados da SLH. Por mais inusitado que possa parecer como opção, a comida estava deliciosa. O ambiente é de frente para o mar e a luz de velas.

Posada Margherita: serve comida italiana focada em frutos do mar na pousada do mesmo nome. Os pratos são simples, mas bem executados. Ótimas bruschetas.

Mi Amor: Fica no hotel do mesmo nome, também filiado a SLH. É o mais sofisticado que fomos em termos de ambiente. A cozinha mediterrânea surpreende pela execução dos pratos, mas não pela criatividade. O chef passou por diversos restaurantes estrelados e tem um com seu nome em Guadalajara.

Nectar at Vidanta: este restaurante fica no mesmo complexo do Cirque de Soleil, de Playa del Carmen. Fomos após o espetáculo para não ficar muito tarde para voltar para Tulum. Embora seja muito bonito, achei a comida bem fraca. Se não tiver com criança, sugiro que jante em Playa del Carmem. Vale a pena, no entanto, tomar um drink antes do espetáculo para aproveitar o ambiente.

Arca: comida essencialmente preparada no forno com uso de ingredientes das Américas e muitos peixes e frutos do mar. Estava tudo delicioso e o ambiente, apesar despojado, é muito bonito. O serviço foi um pouco confuso, mas gentil.

Almoços

Duas refeições foram no El Pez e outras duas nos parques. Nos outros três dias nossas escolhas foram:

La Zebra: adorei tudo neste lugar. O beach club é lindo, o serviço é muito bom e a comida do restaurante uma delícia. Vale a pena ir no jantar também.

Se estiver num grupo, reserva a sala do chef.

Chamico’s: restaurante pé na areia na Baia Salomon, com cara de barraca do Nordeste. Para comer ceviche, peixes e frutos do mar, tomando cerveja gelada. Ficava próximo aos cenotes que visitamos.

La Buena Vida: Fica em Akumal e fomos depois de nadar com as tartarugas. Pé na areia com comida mais elaborada do que o Chamico’s. Gostei dos tacos com camarão que comi. Abre do café da manhã até o jantar. Pena que a praia estava cheia de algas e impossível para banho.

Uma dica essencial, pois eu dei bobeira. O mais prestigiado restaurante de Tulum é o Hartwood.

Não tem telefone e o site dizia que não aceitavam reservas para o mês de julho, mas que aceitavam walk ins das 17h00 às 22h00. Cheguei até mesmo a mandar e-mail solicitando reserva e me responderam com os mesmos dizeres do site. Qual não foi minha surpresa ao chegar lá na última noite por volta das 20:00 e saber que não receberiam mais pessoas naquela noite.

Questionei se não poderia aguardar, uma vez que via apenas 4 pessoas aguardando, e me disseram que as mesas que vagariam já estavam reservadas. Indaguei, então, como as mesas poderiam estar reservadas se não aceitavam reservas e me disseram que aceitavam reservas in loco (walk ins) e que assim as daquele dia já haviam sido reservadas mais cedo ou mesmo no dia anterior. Para mim um mal emprego da expressão walk in, mas fique esperto e passe por lá um dia antes ou no mesmo dia por volta das 17h00.

Programas

Os programas que fizemos foram organizados pelos concierges do hotel. Agendei todos no dia da chegada, para me planejar melhor. Como estava com criança, aventurei-me até o parque de X-Caret, mas não acho essencial. O parque de Xel-Há, do mesmo grupo e mais próximo é bem bonito e já dá conta do recado.

Dia 1 – A região é famosa pelos seus cenotes (são mais de 2 mil) e, assim, foi nossa primeira escolha. Fomos a dois deles recomendados pelo hotel, que também nos reservou o táxi do Sr. José Castro +52 984 120 9272 (uma perua de 7 lugares), que nos conduziu das 10h30 às 17h30, por USD 120.

A primeira parada foi no Casa Cenote. Para nadar neste cenote, paga-se 120 pesos. Se precisar alugar equipamento, vai despender mais 50 pesos para snorkel e outros 50 pesos para as nadadeiras. Não precisa de guia, portanto, rejeite a entrada guiada ao custo de 420 pesos.

O cenote tem águas verdes e é cercado de vegetação. É possível ver alguns peixes e o percurso com snorkel dura aproximadamente 1 hora.

Se quiser mergulhar com cilindro para ver sua caverna precisará de um guia. Logo em frente tem um agente de mergulho.

De lá seguimos para o cenote Sac Actún, que se percorre por mais de uma hora. O programa é muito bem estruturado e dá para qualquer idade. O preço de USD 25 não inclui equipamento (USD 10).

Antes de voltar para o hotel, almoçamos no Chamico’s.

Dia 2 – Tiramos o dia para ficar na praia e a escolha foi o Hotel Zebra, citado acima, que tem boa praia para banho e um ambiente ótimo para relaxar. É possível reservar massagens e tem um pequeno playground.

Dia 3 – Passamos o dia no Parque Xel-Há, que fica a mais ou menos 0:30 min da zona hoteleira de Tulum. O táxi a partir do hotel custou USD 20. Na saída, pegamos um do ponto de táxi do parque, que nos custou o mesmo valor.

É essencial comprar a entrada do parque pela internet, mas mesmo assim há fila para a retirada do bilhete. Chegamos por volta das 10h00, mas recomendo chegar antes. Se estiver hospedado em Tulum, é mais barato ir de táxi do que comprar o transporte deles.

O parque tem várias atrações incluídas no preço, que também cobre todas as bebidas, inclusive alcoólica, e comida. Há diversos restaurantes, o serviço é buffet, mas até que dá para encarar.

O equipamento para snorkel também está incluído no preço. As crianças se divertiram.

Dia 4 – Fomos de manhã para praia de Akumal, nadar com as tartarugas. O programa é garantido, mas um pouco sem graça, pois na verdade se faz um percorrido na praia onde estão as tartarugas. Foi o único lugar que fiquei na dúvida se fui enganada. Logo que se chega há vários guias que oferecer o passeio e cobram USD 30 com o equipamento incluído. Fechamos com um deles e depois vi um quiosque oferecendo o passeio por USD 15. Questionei o meu guia assim como outros ao redor disseram que o quiosque era ilegal, que não tinha autorização e que os guias credenciados, que pertenceriam a uma cooperativa cobravam o mesmo.

Depois da praia, almoçamos no La Buena Vida e de lá seguimos para um fim de tarde no beach club do Zebra. O motorista que ficou conosco o tempo todo nos cobrou USD 100.

Dia 5 – Logo de manhã fomos visitar as ruínas de Tulum. Prepare-se para o calor e, assim, quanto o mais cedo chegar melhor. Não deixe de ir. O site arqueológico impressiona e está muito bem estruturado. Vale pagar pelo tour guiado coletivo para observar melhor as peculiaridades e aprender um pouco sobre a cultura Maia. O tour dura aproximadamente 1h30 e corta-se a fila de compra de entrada, que no dia que fomos era bem grande.

De lá seguimos para a Playa Pescadores que fica ao lado, para pegar um barco e fazer snorkel. O passeio de +/- 30 min de duração entretém crianças, mas é sem graça para adultos. Sugiro reservar antes algum tour que leve até os arrecifes.

O táxi até as ruínas custou USD 20 e das ruínas à praia USD 5.

Voltamos para almoçar no hotel, pois nesta noite tínhamos reservado o espetáculo do Cirque de Soleil, em Playa Del Carmen,

O espetáculo Joya do circo está instalado num lindo edifício dentro do complexo do Hotel Vidanta e vale ser visto. Compre com a maior antecedência possível, pois lota. Há ingressos com jantar incluído (mesas próximas ao palco), com drink e snacks (segundo lance de mesas) e os que não incluem nada (ficam mais distantes).

Como o site não detalha o que é servido, preferi o ticket só para o espetáculo e achei que foi uma boa solução, ainda mais estando com crianças. Nestas cadeiras, que tem entre uma mesinha no meio, é possível pedir bebida e snacks a la carte. Como o teatro é pequeno a visão é excelente de qualquer cadeira.

De Tulum até o circo leva-se aproximadamente 1H15min. O Sr. José, citado acima, no levou e aguardou até jantarmos após o show por USD 200.

Dia 6 – Tiramos o dia para levar as crianças em X-Caret, que é um parque aquático lindo, mas longe de Tulum. Passaria se estivesse numa viagem de adultos.

Apesar de ter um rio subterrâneo lindo, cujas atrações a ele ligadas estão incluídas no preço da entrada, as demais interessantes são pagas e nada baratas (cheque no site).

Há uma refeição tipo buffet incluída no ticket, mas achei os restaurantes péssimos.
Há também uns shows noturnos que dizem ser interessantes, mas não tive paciência para conferir.

Enfim, como Tulum tem tantas atrações naturais interessantes e ricas, acho que este parque pode ser deixado de lado.

Há poucos lugares que tenho vontade de voltar e Tulum é um deles.

By | 2017-11-01T15:13:57+00:00 outubro 26th, 2017|Am. do Norte, Continentes|0 Comments

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