4 dias em Salvador, Bahia, no pós-carnaval

Por Mel Reis, Colaboração Jaqueline Furrier

Inconformada com o fato de ser baiana e não conhecer a capital do estado, sempre alimentei um grande desejo de ir a Salvador, o que realizei em fevereiro deste ano (2015). Apesar de a viagem ter sido relativamente curta, de ter familiares no local e feito tudo num esquema slow travel, foi possível obter um panorama bem bacana. E, por se tratar de uma viagem em casal, escolhi o pós-Carnaval para curtir as atrações da cidade e adorei.

Ouvi coisas boas e ruins a respeito de Salvador: que o clima é ótimo, a comida é boa, a infraestrutura razoável para a qualidade”Brasil”, mas, também, que cheira a xixi, o assédio aos turistas é enorme e os preços abusivos. A maioria dos comentários, do lado bom e do ruim, é verdade (não senti esse cheiro de xixi).

Mas, o que encontrei nesse pós-festa foi uma cidade limpa e gente trabalhando, devido ao início da baixa temporada.

Para aproveitar de tudo um pouco, resolvi dividir os 4 dias da seguinte maneira:

-City tour e passeio panorâmico;
-Dia na piscina do hotel para recarregar as energias da viagem anterior (Carnaval) e do primeiro dia de “andanças”;
-Linha verde: projeto Tamar e Praia do Forte; e
-Itaparica.

 

A hospedagem:

Optei pelo hotel Pestana Bahia por indicação de uma amiga. Localizado no Rio Vermelho, o hotel oferece preço e serviço bons. Ele é, ainda, bem avaliado no Booking.com, por onde fiz a reserva, e também no Tripadvisor.

É um hotel bem grande, que passou por reformas recentemente, mas, se o fato de ter muitas acomodações incomodar, eles dispõem da opção de hospedagem no Pestana Bahia Lodge, cujo acesso se dá por um elevador fora do prédio maior e é bem mais aconchegante e não tão mais caro.

Bem próximo ao Pestana estão os hotéis Ibis e Mercure, o segundo foi bem recomendado pelo guia que me atendeu no city tour.

Importante: Para ficar na região do Rio Vermelho, mais distante dos pontos turísticos, o ideal é alugar um carro.

Dia 1:

O primeiro dia foi dedicado a conhecer os pontos turísticos da cidade. Achei mais prático contratar os passeios por meio da agência que presta serviços ao Pestana e outros hotéis da região, a Privê Tur (reserva@privetur.com.br, tel. + 55 71 3205 1400), pois já havia feito algumas cotações e foi a que me atendeu melhor. Como se tratava de um passeio em grupo em uma van privada, o custo foi menor, R$ 280,00 para o casal, com o almoço e taxas de entrada pagas a parte.

O passeio panorâmico, tem duração de três horas. O segundo passeio, city tour histórico, mais 3h30. Então, levou o dia inteiro, das 8:50 às 17:30, com uma parada para o almoço, e compreendia a visitação dos locais listados a seguir.

É possível fazê-los em dias diferentes também.

Farol da Barra (1534) e Museu náutico –  Na ponta onde se situa o Farol da Barra, está a divisa entre a Bahia Atlântica e a sua enseada, o seu Recôncavo (fonte: http://www.museunauticodabahia.org.br/).

Mercado Modelo (1912) – É uma visita que eu pularia facilmente, pois, apesar de ser definido como o maior centro de artesanato, achei os preços altos e os produtos de baixa qualidade. O local já foi o principal centro de abastecimento da cidade de Salvador. Perto de lá está o famoso Elevador Lacerda, que, apesar da importância da construção, não é panorâmico e, por ser usado como acesso da cidade baixa para alta (Pelourinho), tem filas demoradas. Portanto, pulei essa visita.

Salvador, Bahia, 2015

Igreja Nosso Senhor do Bonfim (1772) – Trata-se de uma réplica da igreja de Portugal, de arquitetura em estilo neoclássico e a fachada em rococó, seguindo o modelo das igrejas portuguesas dos séculos XVIII e XIX, com belos afrescos e azulejaria. É nos portões dessa igreja que as famosas fitinhas são amarradas para que desejos sejam realizados. 

Monte Serrat (1742) –  Mais um dos fortes construídos na época do Brasil colônia.

Salvador, Bahia, 2015

A parada para o almoço foi no restaurante Pereira, que serve buffet e a la carte.

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O início do city tour, após o almoço, foi com a primeira parada no Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, muito mais interessante do que no Mercado Modelo, com produtos verdadeiramente artesanais e de qualidade. De lá, seguimos de van passando pela Praça Castro Alves e paramos no Museu da Santa Casa de Misericórdia.

A Santa Casa (1549) é, na minha opinião, visita obrigatória. Fizemos a opção guiada por R$ 11,00 e a história é muito interessante, pois tratava-se de um “centro de apoio” aos mais necessitados, fazendo o papel de orfanato, hospital e igreja, pois abriga a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia.  O passeio consiste em conhecer a Ala Ritual (salão nobre, sacristia, sala do provedor, galeria e claustro), onde é possível observar peças dos séculos XVII ao XXI. (De segunda a sábado das 10h às 17h e domingo das 13h às 17h. Fotos não são permitidas).

Salvador, Bahia, 2015

A próxima parada foi na Igreja de São Francisco (1749-1755), parte do Centro Histórico de Salvador, que é Patrimônio da Humanidade desde 1985. Em estilo barroco, o interior tem todas as esculturas, talhadas em madeira nobre, cobertas por folhas de ouro.

E chegamos ao tão esperado PELOURINHO!

Se até Michel Jackson se rendeu as ruas de paralelepípedos, não podíamos perder a atração mais visitada de Salvador. Apesar de fazer parte de um período triste do Brasil- o termo “pelourinho” era o nome dado ao local onde os escravos eram castigados pelos senhores de engenhoo local reúne restaurantes, igrejas, lojinhas de artesanato e a Fundação Casa de Jorge Amado (1912-2001).

Dia 2:

Como disse acima, o segundo dia foi dedicado ao descanso. Aproveitamos a piscina do hotel e fomos almoçar num restaurante próximo, o Solar

Dia 3:

Partimos para a chamada Linha Verde. Também conhecida como Costa dos Coqueiros, se estende por aproximadamente 141,5 quilômetros e é bem bonita. A estrada começa na Praia do Forte, litoral norte, lugar escolhido para a visita nesse dia, e se estende pelo litoral até o estado de Sergipe. Mas, antes de chegar à praia fomos conhecer o projeto Tamar.

Salvador, Bahia, 2015
Salvador, Bahia, 2015
Salvador, Bahia, 2015
Salvador, Bahia, 2015

De lá, seguimos para a Praia do Forte, o meu passeio preferido de toda a viagem. Mas, apesar de ser bonito, meio dia é suficiente. Uma boa pedida pode ser o almoço preparado por um pescador, que serve comidas feitas no fogão à lenha na praia ou algum restaurante na “vila dos pescadores”, que nada mais tem de vila de pescadores. Não almoçamos, pois íamos visitar e almoçar com os meus familiares, mas muitas pessoas estavam aproveitando os pratos oferecidos. 

Passeando pela vila, encontrei a EmyTour, uma empresa que aluga buggys. Não fiz, mas pode ser interessante.

Dia 4:

O último dia foi meio “micado”. A agência (privê tour) havia cancelado o passeio para as ilhas dos Frades e Itaparica, marcado para este dia, porque a previsão do tempo era de chuva. Devido ao cancelamento, levantamos mais tarde e tomamos café com calma, mas eu resolvi insistir e não perder o último dia na cidade. Como abriu um solzinho, pegamos um táxi até o terminal hidroviário de Salvador, próximo ao Mercado Modelo é à marinha para embarcar no que eles chamam de “lancha” e desembarcar em Mar Grande (R$ 5,20). De lá pegamos uma van (R$ 3,00) até Itaparica.

Foi uma decepção, pois, além de estar chovendo e ser uma segunda-feira, não tínhamos muita ideia para onde devíamos ir. Portanto, é aconselhável fazer uma visita guiada.

De qualquer forma, é ótimo saber como chegar para, futuramente, aproveitar um dia de sol.

By | 2016-09-25T09:04:36+00:00 março 6th, 2015|Brasil, Nordeste|3 Comments

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3 Comments

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  2. Verônica Rahal 31/03/2015 at 18:44

    Estive em Salvador também em março deste ano e gostei do passeio. A passagem foi rápida (dois dias), mas proveitosa.

    Fomos à Praia do Forte no primeiro dia. Realmente, o passeio é imperdível, principalmente para conhecer o Projeto Tamar! Lá, provamos uma tapioca deliciosa na Casa da Farinha.

    No segundo dia, contratamos no próprio hotel o Salvador Bus (sightseeing) para fazer um passeio rápido pelos principais pontos turísticos da cidade. As praias são bonitas e limpas e o centro histórico bem interessante (na parada para almoço no Mercado Modelo, subimos pelo Elevador Lacerda e fizemos um tour rápido com um guia local pelo Pelourinho). Um ponto negativo é o assédio aos turistas. Incomodou bastante.

    Vale a pena passar pela Praia de Itapuã. O visual é bonito e bem próximo ao Farol de Itapuã está localizada a casa onde morou o poeta Vinicius de Moraes com sua esposa baiana, a atriz Gesse Gessy (dentro do Hotel Mar Brasil, onde estávamos hospedados).

    Recomendo também o famoso acarajé da Cira e a moqueca de camarão do Iemanjá!

    • mel 18/04/2015 at 17:49

      Salvador tem mesmo muito potencial turístico, seja por seus monumentos ou pela culinária.
      Apesar de ter sido curta, tenho certeza que realmente aproveitou a viagem.
      Obrigada por suas recomendações!
      beijos

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