Istambul e Capadócia em 8 dias

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Istambul e Capadócia em 8 dias

Depois de 13 anos, voltei a Istambul e rever as suas belezas foi uma grata surpresa. Embora a cidade tenha todos os problemas das grandes metrópoles, alguns bairros ainda guardam a glória do passado e naqueles onde estão os principais pontos turísticos encontramos uma cidade limpa, com os monumentos em bom estado de conservação e uma iluminação noturna muito bonita.

Viajei com meu marido, minha filha, na época com quase quatro anos, e com a Mel que compartilha comigo este blog. Para eles foi a primeira visita à Turquia.

E já que a novela Salve Jorge está mostrando a Turquia o tempo todo, e aguçando a curiosidade de muitos a conhecer o lugar, resolvemos mostrar o que vimos por lá.  Na novela mostram o verão de Istambul e Capadócia e aqui você verá a beleza do inverno nessa parte do mundo.
Convidamos você a viajar conosco!

Era Carnaval e, enquanto alguns procuravam a folia, resolvemos visitar Istambul e Capadócia entre 18.02 a 24.02.12. Não me arrependo. O lema da Turquia é “paz em casa, paz no mundo”, e foi assim que nos sentimos lá. Mais abaixo será detalhado o roteiro de cinco dias em Istambul e dois na Capadócia, que acho ter sido tempo suficiente para visitar tudo o que há de importante a ser visto.A Turquia é um país com o pé nos dois continentes (Europa e Ásia) e tem estações bem marcadas. É daqueles lugares cujos melhores meses para se visitar são os da primavera e do outono, mas como viajo sempre que posso, resolvi me arriscar e ir em pleno inverno.

Repito: não me arrependo.Todos os lugares estavam praticamente vazios, o que foi ótimo para evitar filas, e, embora a temperatura em Istambul tenha ficado entre 8°C e 12°C e na Capadócia entre 0°C e 2°C, o tempo aberto ajudou. O céu estava sempre azul e os dias iluminados, apesar do frio. Por conta dessa experiência, acho que dá para viajar pela Turquia em qualquer época do ano, a não ser que se esteja em busca da badalação do verão no Canal do Bósforo ou das praias do mar Egeu, que só são legais no verão. 

Como ir. A Turkish Airlinestem voos diretos do Brasil para Istambul as segundas, quartas, quintas e sábado e retornos as terças, quartas, sextas e domingos. Sugiro que vá direto ou retorne direto da Capadócia, principalmente se tiver pouco tempo. A Turquia fica duas horas à frente de Greenwich (GMT) e cinco horas à frente de Brasília.

Os voos chegam a Istambul com tempo para conexão para Kayseri, na Capadócia, mas chega-se lá muito tarde. A melhor opção é ir para Istambul, visitar a cidade e no dia de ir para a Capadócia pegar o primeiro voo, assim dá ainda para aproveitar o dia da chegada. Fique na Capadócia os dias que sua agenda permitir (não sugiro mais do que três) e pegue um voo de volta de Kayseri às 6:00, a tempo de fazer a conexão para o voo para o Brasil, que decola de Istambul às 9:30. Já emita as passagens com esses trechos que sai bem mais em conta do que comprar separadamente.

Na Capadócia existem dois aeroportos, Kayseri e Nevşehir. Kayseri é uma cidade grande e recebe voos com mais frequência. Já Nevşehir é mais próxima de Goreme, mas não tem muitas opções de voo.  

Sugiro que compre uma passagem para Istambul com stop over, continuação para Nevşehir e retorno de Kayseri com conexão imediata para SP. Desse modo você não perde tempo nem dinheiro com dois transfers do aeroporto de Istambul para o seu hotel e aproveita melhor o tempo de que dispõe.

Nós fomos via Londres, porque usamos milhas da Tam para emitir o primeiro trecho, mas fizemos exatamente o sugerido acima, a partir de Londres comprando com a Turkish.

Chegamos a Istambul no dia 17.02.12 (sexta) à noite, visitamos a cidade no sábado, domingo, segunda, terça e quarta. Pegamos um voo de manhã para Nevşehir na quinta-feira (23.02), e chegamos ao hotel, em Uçhisar, às 11:00.

A volta foi no sábado (25.02) de Kayseri para Londres, com conexão imediata em Istambul e de lá para SP. Se for fazer conexão ou visitar algum país da Europa, é possível sair de Kayseri um pouco mais tarde. O nosso voo decolou às 9:30 de Kayseri e voamos de Istambul para Londres às 12:00. Você pode escolher ir por outras cidades da Europa, se achar mais conveniente ou econômico, mas sugiro sempre que possível evitar transfers dispendiosos e cansativos. 

Onde ficar. Istambul oferece hotéis para todos os gostos e bolsos. Eu adoro me hospedar com  conforto e isso quase nunca significa o melhor hotel da cidade. Sempre escolho os hotéis pensando onde quero ficar, o que pretendo fazer e de quanto tempo disponho.

Como Istambul é uma cidade de trânsito caótico, depois de muita pesquisa, posso dizer que o melhor bairro para ficar é Beyoglu, uma região central e revitalizada de Istambul.

Fica a meio caminho entre o centro histórico, onde estão a maioria das mesquitas, monumentos do Império Romano e o Palácio Topikap, e a região do Bósforo, onde ficam os hotéis mais luxuosos (Ciragan, Four Seasons Bósfoto, etc.)e o Palácio Dolmabahçe.

Ficamos em Beyoglu no Pera Palace, um hotel histórico e excelente. Foi construído em 1892 para receber os hóspedes do legendário trem Orient Express e totalmente restaurado em 2011. É cheio de lendas. O hotel dispõe de um ótimo serviço, ambiente agradabilíssimo, SPA etc… Vale a pena cotar, pois nem é muito caro pelo o que oferece. O concierge platinum do American Express tem condições especiais de reserva com o hotel.

Pera Palace Hotel

Tenho amigos que ficaram em hotéis à beira do Bósforo e outros que ficaram em Nisantasi – um bairro moderno, comercial e badalado, mas todos eles reclamaram do trânsito para visitar os pontos turísticos, o que não sentimos em momento algum devido à localização do nosso hotel.

O mapa abaixo mostra a localização da Hagia Sophia (A), o Hotel Pera Palace em Beyoglu (B), Dolmabahçe (C), e do The Sofa Hotel (D), que fica em Nisantasi. Sempre gosto de entender a geografia da cidade para saber onde ficar.

Mostrar no Google Maps

O que visitar em Istambul e quanto tempo ficar.Mesmo sendo uma cidade rica em história e com muitos lugares para serem visitados, acho que o ideal é ficar entre quatro e seis dias. Ficamos cinco e fizemos todos os passeios com calma. 

Para facilitar é bom ter um guia, pois, além da dificuldade com a língua, de forma alguma vale a pena dirigir pela cidade, seja pelo trânsito, seja pela quase impossibilidade de se estacionar o veículo. O guia também facilita a compra de ingressos com antecedência e evita filas, sem contar que é mais fácil apreciar o que se está conhecendo ou, como no meu caso, revisitando, tendo alguém que nos aguce a curiosidade.

Contratamos um guia que amigos indicaram (Halil Kanmaz halilkanmaz@yahoo.com – 09 0533 2527918), que recomendo. Ele é fluente em inglês e espanhol e de tanto guiar brasileiros já arranha o ‘portunhol’. Combinei os serviços por email e ele nos esperou no aeroporto à noite para nos levar até o hotel. O transfer de ida e volta do aeroporto ao hotel custou EU 80,00, bem mais barato do que o que o hotel cotou. Pelos três dias de programas guiados, que incluíam os seus serviços e carro com chofer, ele nos cobrou EU 480,00. Ele é super animado, disposto e apaixonado pela cidade.Como tínhamos cinco dias inteiros na cidade e estava com uma criança pequena, preferi ter dois dias livres para explorar Beyoglu e Nisantasi. Assim, fizemos passeios guiados somente em três dos cinco dias que ficamos em Istambul.
Acho que o roteiro guiado funcionou muito bem e não ficou cansativo, mesmo para a minha filha. Abaixo, também segue o  relato de como aproveitamos os dois dias livres. 

Roteiro para 5 dias:

O primeiro dia foi livre, para descansar da viagem e sentir um pouco a cidade sem muitas obrigações. Passamos quase todo o dia passeando pelo bairro de Beyoglu, onde fica o hotel Pera Palace e tem construções europeias do final do século XIX e início do século XX.

O bairro está sofrendo uma revitalização intensa que chega até próximo a Torre de Gálatae tem muitos restaurantes, cafés, e lojas de novos artistas e lojas de design que, em alguns pontos, se misturam com as lojas mais populares.

Uma amiga em quem confio muito, Paula Pedroso, foi depois de mim indicou a loja Misela.A rua principal do bairro é um calçadão sobre o qual percorre um bonde, İstiklal Caddesi (acesse também a câmera que mostra a rua). Nessa rua, aliás, tem um dos pontos do House Café, rede de restaurantes, que fica aberta do café da manhã ao jantar e, além de bonitos, servem coisas bem legais. É uma ótima opção para todas as refeições e também para fugir do tradicional café da manhã de hotéis, principalmente se o seu não estiver incluído na tarifa. Tomamos um café da manhã delicioso lá. 

O segundo dia foi dedicado ao centro histórico com visitas às  Mesquita Azul e Mesquita do Sultão Suleymaniye, à  Hagia Sofia e às Cisternas. Saímos do hotel às 9:30 e o motorista nos deixou em frente à Praça do Hipódromo, uma ruína Romana. De lá caminhamos para a Mesquita Azul, considerada não só a mais bonita da cidade como uma das mais belas do mundo. Seguimos a pé para Hagia Sofia, basílica construída por Constantino, depois convertida em mesquita. Atualmente é apenas um museu e com certeza o cartão postal mais visitado da cidade.

Mesquita Azul

Depois, fomos de carro visitar as cisternas, outra obra arquitetônica romana e de lá a outra mesquita, de Suleymaniye, a maior e mais grandiosa da cidade. Apesar de parecer muito para um dia, os locais são próximos, o que nos permitiu conhecê-los sem correria e seguir para o almoço em um horário razoável.

Encerramos essas visitas às 14:00 e, como era domingo e não tinha trânsito, o motorista nos deixou no restaurante Topaz, que fica em um ponto alto da cidade, próximo ao Bósforo e tem uma vista linda do canal e do topo e os jardins do Dolmabahçe. Depois do almoço, já sem guia, caminhamos até a margem do Bósforo para aproveitar o final do dia que, embora frio, estava ensolarado. Seguimos a pé até o Hotel Ciragan e depois de uma pausa  para um café, retornamos ao nosso hotel de táxi.

 

 

 

 

No terceiro dia, voltamos ao centro histórico, dessa vez para visitar o Palácio Topkapi, onde sultões moraram por três séculos, até o século XIX, e o Museu Arqueológico, que tem como atração principal o túmulo de Marco Polo.

 

 

 

 

 

Museu Arqueológico

Dentro do mesmo parque está o localizado o Museu de Cerâmicas, que vale a visita. Então seguimos para o Bazar Egípcio, também conhecido como Bazar das Especiarias,  e de lá para o Grand Bazaar. Ficamos novamente na companhia do guia atéàs 14:00, quando paramos para almoçar.

O restaurante escolhido foi oNARque fica dentro da lojaArmaggan, uma loja de design turco que tem dois endereços na cidade, um em Nisantasi e outro em Nuruosmaniye, uma rua que sai de uma das portas do Grand Bazaar. Essa loja é imperdível para quem gosta de design e artesanato sofisticado. Joias maravilhosas, tecidos incríveis e azeites aromatizados, tudo é de bom gosto. O restaurante é muito bom e pedimos a la carte embora houvesse um buffet. Acho que acertamos, pois tudo estava delicioso. Comida tradicional turca de primeira qualidade.

Depois do almoço, voltamos ao Grand Bazaar, sem o guia, para fazer algumas compras. Eu não tenho muita paciência com bazares em geral, porque me cansa negociar o tempo todo e os turcos barganham bastante, mas esse vale a pena, nem que seja para comprar lembrancinhas de viagem. De lá voltamos de táxi para o hotel.

No quarto dia, começamos também às 9:30 e visitamos primeiramente o Bairro de Eyüp. Vale a pena parar para um chá ou café no Café Pierre Loti que fica no alto da colina do bairro, acima de um cemitério. A vista que se tem do Golden Horn (Chifre de Ouro) é deslumbrante.

De lá passamos pelos muros da cidade e depois visitamos a Igreja do Choro, um espetáculo em mosaicos que não pode deixar de ser visto. Seguimos então para o Palácio Dolmabahçe,uma joia arquitetônica com jardins incríveis.

Dolmabahçe

Como essas visitas acabaram antes das 14:00, resolvemos seguir até Ortakoy, um bairro cheio de charme a beira do Bósforo, de onde se pode pegar um dos barcos que fazem passeios pelo canal. Mesmo sendo inverno, os restaurantes e as lojinhas estavam abertos. Almoçamos no Banyan, que oferece comida tailandesa e asiática, também com uma vista incrível para o canal.

Depois do almoço, pegamos o barco das 15:30 para um passeio de uma hora e meia. Na volta ainda deu tempo de tomar um café no House Café local e, por volta das 18:00, retornamos ao hotel. O dia foi longo, mas nem por isso muito cansativo.

No quinto e último dia em Istambul, passamos a manhã no Museu Pera, bem próximo ao nosso hotel e caminhamos pelas ruas próximas. Logo depois seguimos para Nisantasi, para almoçarmos e perambularmos pelo comércio local. O bairro é badalado e cheio de grifes internacionais de prestígio e também locais. Comprar em euro ou na moeda local, a lira turca, não faz muita diferença. “Uma lira turca é quase um real-ou um real é quase uma lira turca, depende da cotação do dia. Mas o dinheiro da Turquia e o do Brasil estiveram quase sempre pareados” (Folha de São Paulo, 5.7.12).

Ainda deu tempo de explorar o nosso hotel que abriga o quarto 101, que hospedou muitas vezes Mustafa Kemal Atatürk.
O quarto é um museu que pode ser visitado. A romancista policial Agatha Christie também hospedou-se entre 1926 e 1932, sempre no quarto 411. Aproveitamos, ainda, a piscina e o SPA. Na manhã seguinte, partimos para a Capadócia, cujo roteiro segue mais abaixo.

Onde comer em Istambul: Eu gosto de novidade e de comer bem em qualquer lugar. Aprecio tudo, mas não acho que só preciso comer pratos locais quando estou viajando. Assim não me restringi ao menu turco o tempo todo,embora a maioria dos restaurantes, mesmo servindo comida contemporânea, trouxesse nos pratos toques de ingredientes locais.

Abaixo seguem os lugares que fui e recomendo:

Milka – quase ao lado do hotel Pera é talvez o restaurante mais badalado da cidade. Fica no topo do Marmara Pera Hotel e tem uma vista deslumbrante da cidade. Serve uma fusão de culinária turca e escandinava.

Topaz– vista maravilhosa do topo do Palácio Dolmabahçe e, se for no almoço, do Bósforo. Serve comida Otomana com toque mediterrâneo.

Münferit – um dos que mais gostei.  Restaurante moderno com ambiente de taverna tradicional. Deliciosa comida turca, gente bonita. Bem descolado e fora dos guias turísticos.

Lokanta Maya – sem dúvida o restaurante que mais gostamos. Pertence a uma chefe turca que estudou no Instituto de Culinária Frances de NYC e trabalhou no estrelado 11 Madson, em NYC. Serve um mix de culinária turca e mediterrânea de forma contemporânea e deliciosa. A chefe tem um livro de culinária baseado em mercados regionais da Turquia que é muito legal. Se gostar de cozinhar, compre um. Também pode ser um excelente presente para um amigo que goste de culinária. Um dica: peça várias porções pequenas para conseguir experimentar vários pratos. Se quiser saber mais, veja matéria no NewYork Times.

Sobre os restaurantes citados e outros, recomendo ler matéria sobre o tema publicado na Condé Nast.

Além dos que citei fui ao Mimolett, que, embora renomado, não me agradou. Duas amigas em quem confio recomendaram o Kosebasi.

Os dois dias na Capadócia:

Chegamos ao Cappadocia Cave Resort, na estrada Nevşehir-Goreme, na quinta-feira (23.2) pela manhã. Usamos o transfer do hotel na chegada e retorno, que nos custou EU 100,00 de Nevşehir e US 125,00 para Kayseri. As acomodações do hotel, como da maioria da região, são nas antigas cavernas incrustadas nas rochas. Esse fica em Ushiçar onde estão as famosas “chaminés”. Eu achei as acomodações ok, mas o serviço e comida bem pobres. Mesmo o café da manhã não era bom.

Pelo que pude perceber e depois amigos confirmaram, o Museum Hotel é uma melhor escolha. Segundo a trip advisor o Hotel Argosfoi escolhido o melhor de 2013, no entanto esse hotel estava em reforma quando nós fomos e não pude confirmar in loco. Acho que vale conferir ambos os hotéis.

Depois de nos acomodarmos no hotel, encontramos o nosso guia Halil para o primeiro passeio. Você pode usar uma agência de viagem para pacotes fechados ou optar por um guia particular ou contratar um que o hotel indique, mas como Halil se dispôs a nos acompanhar na Capadócia pelo mesmo preço do guia local, achamos mais fácil fechar com ele. Pelos dois dias pagamos EU 350,00, com direito a carro com motorista.

Antes de acertarmos com o Halil, mantive contato com o guia Atil Ulas Cuce(atil@middleearthtravel.com – tel 009 0384 2712559),que nos foi muito recomendado por amigos em quem confio.

Lembre-se que a grande programação é andar, andar e andar. Você vai passear pelos vales, subir e descer e entrar nas cavernas. Então, leve roupas e sapatos confortáveis, algo para proteger o pescoço e a cabeça. Já para o passeio de balão durante o inverno, invista em algo mais pesado e um casaco de nylon para se proteger do vento. Meias quentes são indispensáveis, meus pés quase congelaram.

Nesse primeiro dia, saímos do hotel por volta das 11:00, rumo a Avanos, onde almoçamos no Dayinin Yeri, após uma visita pela cidade, conhecida por suas cerâmicas. O restaurante oferece uma deliciosa comida tradicional turca.

Depois do almoço fomos conhecer a cidade subterrânea Ozkonak, que fica próxima a Avanos. São extensas galerias ligadas por túneis. Os cristãos locais foram perseguidos primeiro pelos romanos e depois por muçulmanos invasores e usavam o subsolo para se esconder das forças hostis. Ao contrário das cidades subterrâneas de Kaymaklı e Derinkuyu, existem em Ozkonak orifícios muito longos e estreitos (cerca de 5 cm) que permitiam a comunicação entre os diferentes níveis, além de servirem como sistema de ventilação.

 

Halil havia sugerido três cidades subterrâneas para visitarmos: Ozkonak, Kaymaklı, Derinkuyu, mas preferimos ver só esta para não ficar muito cansativo e voltarmos a tempo de aproveitar o SPA do hotel. Ele nos disse que Derinkuyu é a maior construção e Kaymaklı a mais visitada. No retorno passamos também pelo Vale de Zelve, que tem uma formação rochosa semelhante a um camelo.

Para essa primeira noite, reservei diretamente com o hotel ingressos para assistir uma cerimônia Dervish (Whirling Dervishes Ceremony) que é performada em Sarihan Caravanserai, no inverno às 21:00 e no verão às 21:30. Os kervansaraisforam construídos ao longo da Rota da seda entre 1155 e 1240, como abrigo e proteção para os mercadores da rota que podiam neles ficar por três noites gratuitamente. O Caravanseraionde é realizado o show é uma construção bela e imponente no meio do nada. Mesmo que não tenha interesse pela cerimônia eu acho que vale a pena ir pelo local.

Eu sempre que posso, dispenso um programa pronto com jantar etc…., pois prefiro ter escolhas. Assim, reservei somente a cerimônia e um taxi. Saímos do hotel às 18:30, jantamos no restaurante Ehlikeyf, em Urgup, que ficava no caminho e de lá fomos ao Sarihan Caravanserai. O taxi nos aguardou e por volta das 22:30 estávamos de volta no hotel. O restaurante é simples, mas a comida farta e muito boa.

O segundo diacomeçou bem cedo, mais precisamente às 4:30, para fizermos o passeio de balão. Existem em torno de 25 empresas que oferecem voo com duração aproximada de uma hora. A maioria delas está nos arredores da cidade de Goreme. Apesar do frio, a vista é tão imperdível que vale o sacrifício. Imagino que em outras estações do ano o progama possa ser ainda melhor. Fizemos o que eles chamam de Exclusive Deluxe Flight, pela Kapadokya Balloons, ao custo de EU 160,00 por pessoa.
A diferença do Standart flight é o tamanho da cesta do balão, que pode levar mais ou menos pessoas. Diante da temperatura e da idade da minha filha, não a incluí no passei, mas para crianças de 6 a 12 eles cobram metade do preço. Como o voo de balão acontece bem cedo, lá pelas 8:30 ou 9:00 já se está de volta ao hotel.Nessa manhã, escolhemos ir ao Museu a céu aberto de Goreme,  que abriga complexos monásticos colocados lado a lado, cada um com a sua própria igreja. No interior dessas igrejas é possível ver belos afrescos bizantinos ainda em bom estado de conservação. As cavernas também são um espetáculo a parte, pois trazem uma arquitetura bem funcional com ventilação e iluminação planejadas conforme iam sendo talhadas.

Em Goreme fomos a muitas igrejas. Os ingressos para o que chamam de museu a céu aberto custam 15TL e fica aberto diariamente das 8:00 às 19:00 no verão e até às 17hs no inverno.

Você pode usar o mesmo ingresso para visitar a Igreja da Fivela(Tokali). Ela está a cerca de 50 metros  e abriga afrescos datados do século X. O guia nos ajudou mais uma vez, porque a cada lugar que entrávamos ele contava a história e algumas curiosidades. Isso fez com que poupássemos tempo e aproveitássemos muito mais as visitas.

Não deixe de ver a Igreja da Maçã, a Igreja Escura, a Capela de Santa Bárbarae ao Monastério de Kizlar. Não vou me estender contando a história de cada uma, entretanto, todas são belas, como se pode ver nas fotos.

Igreja escura e Igreja da Maça 

Almoçamos em Mustafapaşa, também conhecida por Siasos,  no restaurante Old Greec House, que é muito recomendado e de fato comemos muito bem. Depois seguimos para o Vilarejo de Çavusin, situado a 4 km de Goreme, junto à estrada Goreme-Avanos, para uma caminhada. É possível ver as construções de rocha, bem como locais de culto, mas, devido à erosão, estão bastante destruídas. Lá se encontra, escondido entre estas rochas, o Mosteiro de São Batista, um dos mais velhos edifícios da Capadócia.

Saindo de Çavusin fizemos uma caminhada por um vale nas proximidades, até chegarmos ao local conhecido como Chaminés de Fada.

Se for no inverno, é importante se lembrar de que o sol se põe por volta das 17:00.O nosso segundo dia terminou no restaurante Lil’a, que fica dentro do Museum Hotel Cappadocia, tão próximo do nosso hotel que fomos a pé. Tivemos uma ótima refeição lá. Eu recomendo que faça reserva, pois, apesar de não estar cheio no dia em que fomos, o restaurante é muito procurado.

Foram dois dias ótimos e suficientes para conhecer os principais pontos turísticos. Acho que mais um poderia ser ainda proveitoso, mas como disse não é preciso mais do que isso.

Faça o pacote via agências locais, contrate um guia, vá de ônibus ou de avião, mas não deixe de conhecer a Capadócia se for a Istambul. As cavernas descortinam mistérios das civilizações que habitaram a região e as formações rochosas, por vezes nos faz achar que estamos na lua e encantam qualquer um, quer para vê-las ou até mesmo escalá-las. Não perca esse destino.

Para mais inspiração, sugiro que leia:

http://www.cntraveler.com/shopping-style/2012/10/istanbul-turkey-travel-guide-shops-galleries-hotels-restaurants

http://www.cntraveler.com/iconic-trips/2010/11/Nine-Perfect-Days-in-Turkey

By | 2014-11-10T14:49:31+00:00 abril 5th, 2013|Europa, Turquia|4 Comments

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4 Comments

  1. […] na Turquia, que já foi tema de post aqui no blog, e também a escolha de Hanya Yanagihara, jornalista da Condé Nast Traveler, para um fim de semana […]

  2. Jaqueline estou impressionada como seu conteúdo é maravilhoso !!! Parabéns !!!!! Estou indo para turquia e peguei todas as suas dicas ! Tbm tenho um site de moda e viagens depois dê uma olhada . http://Www.petitefleury.com . Mas ao contrario do seu , as dicas são poucas pois tomam muito tempoooo para elaborar o conteudo ne ! Sei o quanto é dificil linkar coisa por coisa e dar detalhe por detalhe . Vc é o maximo ! Parabens de novo ! Beijos

  3. Vanessa

    Os preços de guia e transfers estão na postagem.
    Os tranfers ida e volta hotel/aeroporto foram de EU$ 80,00 em Istambul e EU$125,00 na Capadócia.
    Gastamos EU$ 480 para guia e carro e Istambul para três dias e EU$ 350,00 de guia e carro na Capadócia.
    Os tickets são baratos e podem ser consultados clicando as atrações pelo site. O único caro é o passeio de balão EU$160,00 (este é o mais caro).
    Planeje bem e com antecedência que a viagem não fica cara.
    Se quiser gastar menos, você também pode optar por passeios em grupo que são sempre mais em conta. Divirta-se.
    Ab,

    Jaqueline

  4. Anonymous 12/07/2013 at 16:59

    Olá, tudo bem?
    Estou pensando em fazer essa viagem ano que vem.
    Vocês têm uma estimativa de quanto gastaram com passeios, guias, transfers?

    Obrigada!
    Vanessa

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