Um pouco mais de Lisboa

por Jaqueline Furrier – colaboração Mel Reis

Como Lisboa tem se tornado destino de desejo de brasileiros e turistas do mundo todo, resolvi escrever este mini post com o que vi e experimentei nos 4 dias de setembro de 2017, que passei por lá, e também um pouco sobre os voos diretos que temos do Brasil para Portugal.

Temos publicado aqui outros dois posts: Lisboa para turistar e Lisboa vale a pena e também várias matérias de publicações internacionais que refletem quão na moda Lisboa está.

Sobre os voos:

Tenho há alguns anos dado umas paradinhas em Lisboa, sempre que vou à Europa,  pois desde que a TAM deixou a Star Alliance filiei-me ao programa Victoria da TAP, que é filiado à Star Alliance e tem atendido as minhas expectativas, principalmente quanto a emissão de passagens com milhas, uma vez que sempre reservo com muita antecedência, no mais das vezes quase um ano antes da viagem.

A Tap tem voos diretos para Lisboa a partir de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Porto Alegre e Natal.

Os aviões não são uma maravilha (a executiva não reclina 180 flat, como a maioria), mas tem funcionado e há promessas de repaginação das aeronaves para o próximo ano. Como vantagens oferece, além de voos diretos, como parada de até 5 dias em Lisboa ou Porto sem custo extra, possibilidade de comprar upgrade via leilão ou até mesmo no balcão na hora do embarque.

Por outro lado, como só a TAP e a Azul tem voos diretos para Portugal, os preços têm subido muito, principalmente próximo ao embarque, por conta da grande procura, então programe-se.

Em setembro, resolvi embarcar de última hora, para prestigiar o aniversário de um amigo, e senti no bolso a dificuldade que se tem para conseguir uma passagem por preço razoável nestas condições.

O melhor que consegui a dois dias do embarque foi uma passagem pela Azul, com ida na executiva e volta na econômica. Como o voo da volta nesta cia aérea (A TAP também tem um para SP) é diurno, não me acomodou em nada.

Falando um pouco da Azul, que tem voos diretos para Lisboa a partir de Viracopos (Campinas), os aviões são novos, muito melhores do que os da TAP, a comida, tanto da executiva como da econômica é boa (estamos falando obviamente de comida de avião) e comprar os assentos conforto ajuda (comprei para a volta e custou R$ 175,00).

Na Azul também é possível adquirir upgrade no balcão. Não sei se o preço varia, mas quando da viagem em setembro, na ida custava USD 590. Tentei comprar para voltar, mas as duas cadeiras que estavam disponíveis tinham sido vendidas na hora que o check in abriu. Ou seja, se quiser tentar, chegue cedo.

Os pontos/milhas da Azul podem ser creditados no programa Victoria ou vice-versa.

Eu fui de carro para Viracopos, mas a Azul oferece ônibus gratuito de São Paulo a partir do aeroporto de Congonhas, Terminal Barra Funda e Shopping Eldorado. Boa opção para quem vai de carro é reservar pela internet vaga no estacionamento econômico de Viracopos, pois a diária cai para R$22,40, 60% de desconto em relação ao valor do edifício garagem. Demora-se de carro cerca de 1h30, mas esse tempo se comparado com o do centro a Cumbica, não me parece um problema.

Viracopos, no entanto, é bem fraco de duty free. Caso seja daqueles que sempre têm algo a comprar de última hora, use a loja do aeroporto de Lisboa, que considero excelente.

Sobre Lisboa

Como a cidade tem sido muito procurada é essencial fazer reserva de hotel com antecedência. Quanto antes, mais chance terá de conseguir algo legal e central por bons preços. Para mim, o melhor lugar para ficar é a Baixa ou o Chiado, seguido do Bairro Alto e Av. Liberdade.

Gosto tanto de Lisboa que resolvi criar um grupo só para dicas de lá e arredores. Se tiver interesse em participar, peça para ser adicionado:  facebook/MaisqueLisboa

Como disse acima, fui de última hora e senti na pele o quão complicado é conseguir um hotel por um bom preço, tanto que reservei somente duas noites, das quatro que ficaria, num apartamento e deixei para procurar hotel para as outras duas noites lá. Fiz assim, pois como último recurso iria para casa de amigos, mas não recomendo.

Hotéis

Lisbon Serviced Apartments – Bairro Alto Boa localização no Bairro Alto. Reservei pelo Booking e não custou barato, se compararmos com um hotel 4* na mesma região. O apartamento estava em ordem, renovado, mas é bem apertado, principalmente se ficarem três pessoas hospedadas como o site sugere. O que mais me incomodou foi o banheiro que é minúsculo. Dá para tomar café da manhã lá ou até mesmo cozinhar, mas não foi minha opção (ver abaixo opções para café da manhã).

9Hotel Mercy – Por sorte, consegui uma tarifa de última hora também pelo Booking (reserva com um dia de antecedência), para o último quarto disponível, por quase a metade do preço pedido anteriormente. Com ótima localização no Chiado, o hotel é moderno, com quartos pequenos, mas bem distribuídos e banheiro grande. Incomodou-me o fato de todas as paredes serem pretas, mas a decoração é bonita. O café da manhã, se não estiver incluído na tarifa, embora farto, pode ser dispensado se quiser economizar, pois bem próximo estão duas padarias bem boas, com ótima opções. (ver abaixo opções para café da manhã).

Refeições

Experimentei algumas padarias, e fui a seis restaurantes que não conhecia. Um deles, As Salgadeiras, sobre o qual tinha ouvido bons comentários no grupo Tip Tips, achei um horror e recomendo que fuja. O espaço tem charme, mas a comida sinceramente, decepciona, sem contar o serviço, querendo empurrar itens. Vamos ao demais.

Restaurantes

Beco Cabaret Gourmet: Entra-se por uma porta secreta dentro do Bairro do Avillez que, como comentado em outro post, hospeda outros restaurantes do renomado chef José Avillez. O clima é de cabaré com a apresentação de um ótimo show, enquanto se aprecia o menu degustação surpresa. Deve-se adquirir os convites pelo site com antecedência, pelo valor de EU$ 100. Fotos do ambiente e do show são proibidas, mas me deixaram fazer algumas dos 16 pequenos pratos. Gostei da experiência e, se couber no seu bolso, sugiro que vá.

Cantina Peruana: o mais novo restaurante do chef José Avillez, também dentro do Bairro do Avillez. Tem um bar de pisco e serve não só cheviches, mas outros pratos da culinária peruana. A criações aqui são de Diego Muñoz, com quem Avillez trabalhou no Il Buli e que levou o Gaston e Astrid de Lima à classificação como o melhor restaurante da América Latina e 14 do mundo. Não precisa de mais apresentação, não é?

Tapisco: Fui no almoço, pois estava por perto, checando as boutiques do cada vez mais badalado bairro Príncipe Real, mas vale ir no jantar também. É o segundo restaurante de Henrique Sá Pessoa, que com o Alma (falamos no outro post) conquistou sua primeira estrela Michelin. Com foco na culinária portuguesa e espanhola, serve tapas para compartilhar.

Sud Lisboa: novidade do verão de 2017. Trata-se de um complexo com varanda, restaurante e bar, com piscina, na cobertura, de frente para o Tejo, ao lado do MAAT. Para se ter acesso ao bar/piscina é preciso pagar EU$ 30, com direito a toalha. No restaurante, o cardápio é variado, com ênfase na culinária mediterrânea. Na varanda, serve-se, o dia todo, pratos leves do menu principal.

Organi Chiado: opção natureba para a hora do almoço. Gostoso e com bom preço numa travessinha que sai da Rua da Almada.

Se gosta de doces portugueses, não deixe de provar os da Alcoa, que vêm de Alcobaça (Alentejo), onde a doçaria conventual faz sucesso desde 1957. A loja do Chiado fica na R. Garrett, 37.

Um drink com vista.

Em qualquer época do ano que tenha sol, não deixe de apreciar o seu pôr desde o Quiosque da Ribeira das Naus, acompanhado de seu drink favorito ou de um café, ou da música de um DJ. Fica à direita da Praça do Comércio, para quem olha o Tejo.

As Padarias

Cada vez mais, os hotéis oferecem diárias sem café da manhã incluído e também mais pessoas optam por ficarem em apartamento ou casas ao invés de hotéis.

No post Lisboa vale a pena já citei a A Padaria Portuguesa, que hoje conta mais de 50 lojas pela cidade. Cada vez que vou tombo com mais uma. Com certeza terá uma a pouco metros do seu hotel ou apartamento. Tem de tudo um pouco e serve também para um almoço rápido.

The Mill: Fui por acaso porque era na esquina do apartamento que fiquei hospedada, mas me dei conta de que é um point de turistas estrangeiros jovens. Fundada por um casal de australianos, funciona como um café durante o dia e bar de vinhos a noite. A proposta é servir comida sazonal e o que provei estava muito bom. No entanto, tem fila e o serviço é meio atrapalhado.

Pastelaria Orion: próximo ao apartamento que me hospedei, entrei porque estava lotada de turistas e locais. Daqueles lugares das antigas, como há muitos em Lisboa. Ambiente simpático, atendimento eficiente e uma tostada muito boa.

Padaria do Bairro: no mesmo estilo da A Padaria Portuguesa. Encontra-se de tudo um pouco e serve também refeições leves. Localização ótima na  Rua da Misericórdia, quase com a Praça Luis de Camões.

Museus

Não se pensa muito em Lisboa, quando o tópico é museu, mas engana-se quem acha que a cidade é pobre neste quesito. Reserve um tempinho para conferir alguns museus e não vai se arrepender.

Nesta última passagem fui a dois deles:

Fundação Coluste Gulbekian: tem como acervo pinturas, esculturas, móveis, tapeçarias, objetos variados etc… do multimilionário armênio do petróleo Cobouste Gulbekian, que escolheu Lisboa para viver em meados da segunda guerra mundial, por considerar um território neutro e lá acabou vivendo até sua morte em 1955 A Fundação está localizada num lindo jardim (próximo ao El Corte Inglês) e, além do acervo do museu,  recebe exposições temporárias, tem uma sala de concerto, uma biblioteca educativa e dois cafés.        

MAAT: O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia é a mais nova aquisição da cidade. O belo edifício a beira do Tejo por si só já vale a ida. A parte nova só traz exposições temporárias, enquanto que no edifício antigo ao lado, do início do século XX, além de exposições temporárias, visita-se uma central elétrica a carvão, e sabe-se um pouco mais sobre a história da eletricidade.

Compras

Achei os trabalhos de Cândida Conde Miranda, bem diferentes e bonitos. Vale conferir a página do modo papel no facebook para saber onde ela estará expondo quando estiver na cidade.

Garrafeira Internacional: Fica na Rua do Alecrim, no Chiado. Fui super bem atendida pela Maristela, que me foi indicada por uma amiga. Além de fazer boas recomendações, Ela embala para viagem e entrega no seu hotel.

By | 2017-11-15T13:05:14+00:00 novembro 15th, 2017|Continentes, Europa, Península Ibérica (Espanha, Portugal, Andorra)|0 Comments

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