Lisboa para turistar

Por Jaqueline Furrier – Colaboração Mel Reis

Neste segundo post sobre Lisboa, traremos um apanhado de lugares para “turistar na cidade, mas como salientei no outro post não acho que Lisboa seja daquelas cidades onde parece ser obrigatório ir a todos os museus, igrejas etc… Como certeza é uma cidade para voltar muitas vezes, e, portanto, minha sugestão é ande muito e saboreie a cidade sem compromisso.

Para descobrir a Lisboa, vale, além de andar, contratar um giro de tuk-tuk, pegar um ônibus Hop on Hop off, alugar um GoCar, e sem dúvida pegar o Tram Tour.

Hop o Hop Off 

A cidade conta com algumas companhias que prestam este tipo de serviço, mas pelas minhas pesquisas, acho que a que oferece mais opções é a Yellow Bus que, além de ter três rotas que cobrem praticamente todos os pontos turísticos, oferece bilhetes conjugados com a rota do Tram Elétrico e passeio de barco.

Tem, ainda, a conveniência de os pontos iniciais das suas diversas rotas serem muito próximos e de dar desconto na entrada de alguns museus, além de acesso gratuito ao Elevador Santa Justa, aos funiculares da Glória, da Bica e da Lavra, que ligam partes baixas com partes altas da cidade, aos demais elétricos que circulam pela cidade, e ao aerobus, que faz a rota aeroporto/centro da cidade.

Acho que dá para conjugar a rota azul (Tejo) com a rota Laranja (Belém) em um dia e, inclusive, usar o Boat tour para voltar. Nestas rotas, os principais pontos turísticos são:

Linha Azul: Parque Eduardo VII, Basílica da Estrela, Museu dos Coches, Museu dos Jerônimos (imperdível), Museu da Marinha, Torre de Belém (imperdível), Cais do Sodré (parada para o Time Out Market, citado no primeiro post)

Linha Laranja: Museu dos Jerônimos (imperdível), Museu da Marinha, Torre de Belém (imperdível), Jardim Botânico da Ajuda, Palácio da Ajuda.

A Linha roxa (Olisipo) também pode ser conjugada com o Tram Elétrico (bonde – linha vermelha), principalmente se não tiver muitos dias na cidade. Nestas linhas os principais pontos turísticos são:

Linha Roxa: Museu do Azulejo, Oceanário (imperdível se tiver com crianças ou gostar deste tipo de programa), Pavilhão de Portugal, Igreja São João de Brito, Miradouro S. Pedro de Alcântara (imperdível), Cais do Sodré (para acessar o Time Out Market).

Linha Vermelha: Elevador Santa Justa (imperdível), Portas do Sol/Castelo de São Jorge (imperdível). O passeio pelos morros de Lisboa, por si só, também é imperdível.

Tuk-Tuk

Eles estão pela cidade toda e dá para contratar para ir somente de um lugar a outro e também para tours. Algumas companhias oferecem passeios por pequenas regiões e até de dia todo. Os tuk-tuks podem acomodar 2, 4 ou 6 pessoas e o motorista funciona como guia. Duas dessas cias que trabalham com tuk-tuks elétricos e têm tours interessantes são Tuk City Tour e Eco Tuk Tours.

GoCar

Para alugar estes minicarros para duas pessoas é necessário ter carteira de habilitação, mas tem-se a liberdade de circular pela cidade sem guia e conseguir estacionar em qualquer lugar. Os carrinhos têm GPS e se seguir uma das rotas propostas, pode ir ouvindo histórias sobre os lugares por meio do “rádio-guia”. Acho que é uma excelente maneira de explorar a cidade, principalmente quando está bom tempo. Sugiro que reserve com ao menos um dia de antecedência.

Bike tours

A mesma empresa que aluga os GoCars (Eco tour), oferece tours de e-bikes pela cidade ou aluguel de uma bike ou e-bike para circular sozinho, mas há outras opções de empresas. Se não conhecer a cidade, não recomendo que simplesmente alugue uma bike, pois Lisboa ainda não está preparada suficientemente para este tipo de transporte. Algo a ser melhorado.

O que ver por região

Baixa e Chiado

Região que vai da beira do rio Tejo até a Praça dos Restauradores e entre a Praça do Comércio e o Cais do Sodré é onde a cidade pulsa. Lá está concentrada a maioria dos hotéis e restaurantes e há turistas por todo lado.

Qualquer pessoa que visite Lisboa, passará sem dúvida diversas vezes pela Praça do Comércio, a beira do Tejo, com seus imponentes prédios amarelos, que abrigam, além de restaurantes no térreo, Ministérios do Governo.

Não deixe de andar à beira do Tejo, ao menos da Praça do Comércio até o Cais do Sodré (a direita de quem olha para o rio) e até o Panteão Nacional (à esquerda para quem olha para o Rio).

Da Praça do Comércio, acesse o Rossio pelo calçadão da Rua Augusta, com suas diversas lojas, ou vice-versa. No Rossio, aprecie o bonito Teatro Nacional D. Maria II e se for uma segunda feira e tiver tempo faça uma visita guiada pelo seu interior (acontece todas as segundas às 11h, com duração de 1h).

Admire, ainda, a bela arquitetura da Estação de Trem do Rossio.

Vale acessar o Chiado pelo Elevador Santa Justa e por esse bairro boêmio e encantador vagueie sem compromisso. Tendo a Rua Garret e o Largo do Chiado como centro do bairro, no sentido do Tejo encontrará o Teatro São Carlos e várias ruas com lojas legais. No sentido oposto, em direção ao Bairro Alto, não deixe de visitar as ruínas e a Igreja do Carmo e o largo da Trindade, onde se localiza a Igreja de São Roque e, se gostar do tema, o Museu de São Roque, com sua rica coleção de arte Sacra.

Bairro Alto e Príncipe Real

O Bairro Alto é a região boêmia da cidade, mas também pode ser aproveitado durante o dia. É uma continuação do Bairro do Chiado e há boas opções para escolher um lugar legal para almoçar. Suas ruas estreitas com casas coloridas nos remetem a muitos dos cartões postais da cidade. O Museu da Farmácia  é uma opção legal de programa na região.

Embora seja essencialmente residencial, no Príncipe Real é o lugar certo para quem procura lojas bacanas de designer locais, antiquários, restaurantes autorais e bares voltados ao público GLS.

Muitas das lojas estão instaladas em verdadeiros palácios. Merecem ser visitadas a Embaixada  e a Entre Tanto .

No Jardim do Príncipe Real vi alguns food trucks, bom para quem quer comer algo rápido. No bairro ainda estão localizados o Jardim de São Pedro de Alcântara e o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, que tem ingresso combinado com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência.

Av. da Liberdade (Castilho)

O entorno da arborizada avenida, que liga o Largo dos Restauradores à Praça do Marques de Pombal, é onde se concentram as lojas de grifes, muitos em térreos de prédios centenários.

Junto à Praça do Marquês de Pombal situa-se o Parque Eduardo VII, um belo jardim na zona central da cidade.

Alfama e Castelo

O mais antigo bairro de Lisboa, que vai do estuário do Tejo até o Castelo de São Jorge, é também onde se situam alguns dos edifícios históricos mais importantes de Lisboa, como a Catedral da Sé, o Castelo de Lisboa, o Panteão Nacional e a Igreja de Santo Antônio.

O emaranhado de ruas estreitas nasceu no século XIII do lado de fora dos muros do castelo, como moradia dos residentes pobres e com a expansão da cidade passou a ser a morada de estivadores e marinheiros. A melhor maneira de explora-lo é a pé, mas se der preguiça,  acesse o bairro de bonde (linha 28). A rota ondulada pelos morros do bairro dificulta outros tipos de transporte.

Hoje o bairro passa por uma restauração intensa, e suas antigas tascas dividem espaço com novos talentos da moda.

A principal atração turística é o Castelo de São Jorge, que merece ser explorado e oferece belas vistas da cidade. Outro ponto para ter uma vista imperdível da cidade é o Miradouro de Santa Luzia.

O pouco conhecido Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen no Largo da Graça oferece ótimas vistas do Castelo e da área central da cidade.

A igreja de Santo Antônio, padroeiro da cidade, é famosa pela simpatia de se conseguir um namorado se for capaz de jogar uma moeda e faze-la pousar no livro do santo na estátua em frente da igreja.

Catedral da Sé – Sede do Patriarcado de Lisboa, a igreja cuja a construção teve início no século XII após a expulsão dos mouros, foi erguida no local de uma importante mesquita. Inicialmente em estilo romântico, sofreu  influência de outros estilos no decorrer dos séculos.

Pantheon Nacional – Construído como Igreja a ser consagrada a Santa Engrácia nunca foi aberto ao culto. Hoje abriga restos mortais de ilustres portugueses.

Museu do Fado – dedicado à história da música que traduz a essência dos portugueses. Sabia que a música nasceu na época das colonizações e reflete as emoções das esposas dos marinheiros que partiam?

Anfiteatro RomanoSabia que Lisboa pertenceu ao Império Romano? É no bairro da Alfama onde se encontram os resquícios desta época, incluindo ruínas de um anfiteatro que teve capacidade para 5 mil espectadores. Próximo ao anfiteatro se encontra o Museu Teatro Romano.

Belém, Ajuda e Restelo:

Mais afastados da área central é onde se encontra a maior atração da cidade, o Mosteiro dos Jerônimos, que com a Torre de Belém, é considerado patrimônio mundial pela UNESCO, desde 1983 . Não deixe de ir, o acesso é fácil (pegue o elétrico 15 E na Praça da Figueira ou Praça do Comércio).

O Mosteiro dos Jerônimos, cuja construção teve início no século XVI em homenagem aos Descobrimentos, é uma obra prima da arquitetura religiosa e não dá para ir a Lisboa e não o visitar. Vai precisar ao menos de duas horas para visitar a igreja, onde há túmulos de diversas personalidades (os restos mortais de Camões e Vasco da Gama estão enterrados lá) e o monastério (claustro, refeitório, cabildo etc…).

A uma curta distância está a Torre de Belém, construída na mesma época do Mosteiro dos Jerônimos, em comemoração à expedição de Vasco da Gama e também como defesa do porto que ali se situava.

Mais próximo ao mosteiro, ao lado do Jardim de Belém, está localizado o Museu dos Coches, com uma bela coleção de carruagens. Vale a visita se gostar do tema ou se estiver com crianças.

Não tão próximo, mas nas redondezas, vale a visita ao Palácio Nacional da Ajuda, ultimo Palácio Real a abrigar a corte antes do fim da monarquia, em 1910. As dimensões atuais aconteceram na no século XIX, após o casamento de D. Luis I e Maria Pia, a princesa de Saboia.   Segundo o site, “desde 1996, tem vindo a proceder-se à reconstituição, tão aproximada quanto possível, desta residência real, e várias salas foram restauradas com base em rigorosa investigação histórica”.

Parque das Nações:

Também afastado do centro, em direção contrária ao Belém, este bairro lisboeta foi idealizado e construído para a Expo 98. Margeia 5 km do Tejo e está integrado numa área de 60ha ao redor da Doca dos Olivais, dos anos 40. O acesso pela estação Oriente do metrô é bem fácil.

Os prédios modernos nos fazem achar que estamos em outra cidade e os jardins de variadas composições são lindos. Não deixe de ver o conjunto do alto, embarcando no teleférico que liga uma ponta do bairro a outra.

Vale a visita ao Oceanário de Lisboa, um grande aquário, construído para a Expo, com o intuito de chamar a atenção sobre dos danos da poluição aos oceanos.

Outros prédios bacanas são: o Pavilhão do Conhecimento, que abriga o museu interativo de ciência e tecnologia; o Teatro Camões, centro cultura e referência para apresentação de dança; e o Pavilhão Atlântico, que abriga a maior arena coberta da cidade.

By | 2016-12-07T14:00:54+00:00 dezembro 3rd, 2016|Continentes, Europa, Península Ibérica (Espanha, Portugal, Andorra)|0 Comments

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