Por Jaqueline Furrier – Colaboração Mel Reis

Já estive em Lisboa diversas vezes, mas muitas delas de passagem por um ou dois dias para visitar amigas, e, por nem sempre fazer programas turísticos, acabei por nunca escrever sobre a cidade.

Na última estada (out/16), no retorno de uma viagem à Itália, fiquei na cidade por cinco dias para resolver questões pessoais e me cobrei dividir aqui no blog algumas dicas dessa cidade deliciosa.

Serão dois posts, pensados para dar um panorama geral da cidade para quem tem alguns dias, mas muitas dicas podem ser aproveitadas para quem só estiver de passagem.

Sabe que a TAP oferece stopover gratuito de até 72 horas, para quem escolhe outro destino na Europa com conexão em Lisboa?

Portanto, se ainda não deu uma chance à cidade, dê. Vale muito a pena.

Do Brasil são vários voos diários. Só os operados pela TAP, saindo de São Paulo, são 12 voos semanais diretos. A capital portuguesa está cada vez mais sendo descoberta por turistas do mundo todo! 

Da penúltima estada de dois dias há dois anos e esta última (out./16), senti uma diferença enorme na quantidade de turistas e atrações para todos. Muitos novos hotéis, para todos os bolsos, restaurantes idem e uma diversidade de programas que não havia antes estão dando à cidade um ar cosmopolita sem que perca seu ar acolhedor. Lisboa tem aparecido cada vez mais em publicações internacionais como a capital europeia a ser descoberta.

É uma cidade para apreciar sem a obrigação de ver a igreja mais bonita, embora haja várias, ou ir ao imperdível museu, que são muitos se fizer questão.

Gosto de Lisboa para andar sem rumo, a pé ou de bonde, para comer bem, beber bem, muitas das vezes com uma vista encantadora. A cidade está cada vez mais bonita, com várias obras urbanas que privilegiam os pedestres, muitas delas já entregues e outras em fase final. Ou seja, só vai ficar melhor. Sem contar que é a capital europeia mais ensolarada e mesmo no inverno é agradável.

Neste post traremos onde ficar, comer e comprar e no próximo os programas turísticos da cidade.

Não deixe, ainda, de consultar as várias matérias jornalísticas compartilhadas no blog, que trazem muitas outras dicas legais.

Na área central há várias regiões que atendem muito bem qualquer turista. Na maioria das vezes escolhi o Bairro do Chiado, cheio de restaurantes e lojas bacanas, mas desta última vez fiquei na Baixa, região ao lado com muitos hotéis, comércio de todos os tipos e muitas opções de transporte, e achei muito prático. Ótima escolha, principalmente, para quem vai pela primeira vez.

Outras opções também legais são o Bairro Alto e Príncipe Real, com muita vida noturna e lojas cool e a região da Avenida da Liberdade, com seus hotéis 5* e lojas de grife.

Pude observar que uma leva de novos hotéis, principalmente aqueles que prezam pelo charme, foi inaugurada nos últimos anos e também que a disponibilidade de imóveis para locação é imensa. Procure nos sites de reserva e verá que há muita coisa legal!

Os hotéis que cito aqui são apenas os que fiquei nos últimos cinco anos e são todos pequenos, com bom custo-benefício, na linha mais moderninhos cool.

The Beautique Hotel Figueira – foi onde fiquei na minha última estada na cidade (out/16). O hotel fica na Praça da Figueira, na Baixa, e  tem quartos pequenos, alguns com vista para a praça, e decoração moderna. Acho que o chuveiro poderia ser melhor, assim como as toalhas. O staff é muito simpático e o café da manhã, cobrado a parte (EU 10), é muito bom. Achei o custo benefício bom, mas não é exatamente uma pechincha.

Alguns hotéis, onde não fiquei, mas estão na minha wish list: Almalusa Hotel, Vincci Liberdade e Casa do Príncipe.

Os hotéis cada vez mais vêm oferecendo tarifas sem incluir o café da manhã e se for este o caso da sua reserva, ou se você quer dar um tempo na comilança matinal ou, ainda, preferir ficar hospedado em apartamentos ou casas, A Padaria Portuguesa pode ser uma ótima opção para essa refeição. Há mais de 40 endereços na cidade e vivem lotadas, devido ao ótimo preço. Serve também para um almoço ou lanche rápido.

Come-se maravilhosamente bem em Lisboa, e há opções para todos os bolsos. Na média, os preços são ao menos 30% mais baratos do que nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para lugares equivalentes.

No final do post há um link com a localização dos restaurantes e outros endereços citados neste post e no próximo e nele estão marcados todos os restaurantes que têm estrela ou que são Bibi Gourmands pelo guia Michelin.

Uma excelente pedida para qualquer refeição são as opções do Time Out Market, situado numa parte do Mercado da Ribeira. Funciona como uma grande praça de alimentação com quiosques de conhecidos chefs portugueses. É uma delícia e dá para provar entrada de um, prato de outro etc…

Abaixo, seguem alguns restaurantes que experimentei nesta última viagem (out/16) e também alguns, onde estive em outras oportunidades, que sei que continuam bons.

Como na maior parte das refeições desta viagem eu estava sozinha, fiz escolhas por lugares não formais e, nesta linha, com comida muito acima da média, os restaurantes do chef José Avillez foram a escolha certa.

José Avillez é o chef português queridinho do momento. O seu restaurante principal, o Belcanto, é o único em Portugal que ostenta 2* Michelin e que está entre os 100 melhores do mundo segundo a Restaurant (78° lugar). Ainda não tive oportunidade de conhecer, mas está na minha wish list. Até tentei reservar para jantar com uma amiga, mas mesmo ligando 15 dias antes e ficando na lista de espera, não consegui. Portanto, programe-se.

A parte do Belcanto, o chef está por traz de mais cinco restaurantes. Fui a quatro deles, um duas vezes, e em todos comi muiiito bem.

Cantinho do Avillez – comida portuguesa contemporânea, sem invencionices, servida num ambiente estilo bistrot. Serviço jovem, mas atento. Fui no jantar e comi as melhores vieiras da minha vida de entrada e um delicioso bacalhau de prato principal. Preço excelente (entrada, prato e sobremesa, mais duas taças de vinho, duas garrafas de água e café por EU$ 45).

Horário:
Segunda a sexta: 12h30-15h00 e 19h00-00h00
Sábado e domingo: 12h30-00h00
Fecho Anual: Noite de 24 de Dezembro e 25 de Dezembro – + 351 21 199 23 69

Bairro do Avillez – aqui o chef traz uma proposta 2 em 1. A Taberna, na parte da frente, em torno da cozinha e de um balcão de queijos e frios, que se pode comprar para levar, fica aberta ininterruptamente durante todo dia, servindo pequenos pratos, sanduíches, tábuas de queijos e frios etc…. O Páteo, ao fundo, funciona um restaurante cujo carro chefe sãos os pratos de peixe e frutos do mar. Fui em dois almoços na Taberna, de tanto que gostei das opções. Fica no Bairro Alto e, em ambas as vezes, num domingo e numa segunda, estava lotado para almoço.

Horário:
Taberna e Mercearia: todos os dias da semana, das 12h00 às 00h00
Páteo: todos os dias da semana, das 12h30 às 15h00 e das 19h00 às 00h00.
Fecho anual: Noite de 24 de Dezembro, 25 de Dezembro – +351 215 830 290

Se for mesa grande, acho que reservar é indispensável.

Mini Bar – A pegada aqui são pequenos pratos autorais, com um que de comida molecular (o chef trabalhou no Il Bulli), pedidos avulsos ou em dois menus degustação: um que já descreve os pratos que serão trazidos e o outro no qual são surpresa. Optei pelo menu Lisboa e adorei a proposta, o ambiente, o serviço e tudo mais. Nas noites de sextas e sábados tem um DJ animando o ambiente.

Fui jantar numa sexta-feira sem reserva e consegui sentar no balcão, o que é ótima opção quando se está só, mas não vacile e reserve.

Todos os dias: para  jantar: 19h00-01h00; para tomar um copo: 19h00-02h00
Fechado: 24 e 25 de Dezembro – + 351 21 130 53 93

Tasca da Esquina – este restaurante dos chefs Vitor Cabral, Luis Espadana e Hugo Nascimento, que já tem filiais em São Paulo e João Pessoa, fica um pouco fora do circuito turístico, em Campo de Ourique, mas vale a pena pegar um táxi (reserve para não perder a viagem). Serve comida portuguesa revisitada. Opte pelas pequenas porções para provar vários pratos ou fique nas mãos do chef que não vai se arrepender.

Aberto de terça a sábado.
Das 12h30 às 15h30 e Das 19h30 às 23h30
Encerra Domingo. Encerra Segunda-feira ao almoço. – +351 210 993 939

Além do Balcão da Esquina no Time Out Market, eles estão à frente também da Peixaria da Esquina, também em Campo de Ourique.

Sea Me Peixaria Moderna – entre o Bairro Alto e o Príncipe Real, este restaurante se destaca pela mescla das cozinhas portuguesas e japonesa. Não se trata exatamente de uma cozinha fusion, mas de um local que serve ambas as culinárias e que as funde em alguns pratos. Outro lugar cool, com pessoas de todas as faixas etárias num ambiente calculadamente despretensioso.

Café Lisboa – ocupa o antigo café do Teatro S. Carlos, no Chiado, e entre todos os restaurantes do chefe é o que tem a cozinha mais tradicional. É uma delícia sentar na esplanada na praça do teatro no horário do almoço (foi o que fiz) ou em noites de calor. No horário do almoço, oferece um menu executivo por um preço bem camarada.

Horário
Todos os dias da semana, das 12 h às 00h
Fecho Anual: Noite de 24 de Dezembro, 25 de Dezembro – + 351 21 191 44 98

O sexto restaurante do chef, onde não me animei em ir é a Pizzaria Lisboa, onde ele serve redondas e alguns pratos da cozinha italiana.

Horário:
Segunda a Sexta: 12h30 às 15h00; 19h00 às 00h00
Sábado: 12h30 às 00h00
Domingo: 12h30 às 23h00
Encerrado: Noite de 24 de Dezembro, 25 de Dezembro – + 351 21 155 49 45

Solar dos Presuntos – é daqueles lugares que chegam próximo da unanimidade. Entre turistas e locais não há quem não tenha ouvido falar deste antigo restaurante da Baixa, onde se pode provar todos os pratos tradicionais portugueses, feitos da maneira mais tradicional possível. Lugar certo para comer aquele bacalhau dos sonhos que vem a mente quando se pensa em Portugal. No entanto, não caia na onda dos garçons e aceite tudo o que forem trazendo, pois não vai dar conta do prato principal, que insistem ser individuais, mas dá para dividir tranquilamente, mesmo que, como eu, seja guloso. Aceite para dividir algumas das porções que trazem como se fossem couvert, mas não são e serão cobradas individualmente, e compartilhe um prato. Garanto que sairá satisfeito.

Outro chef que faz história na cidade com vários lugares badalados é Oliver da Costa. Hoje são seis restaurantes na cidade com propostas bem diferentes. Estive no Olivier Avenida há alguns anos e me lembro que gostei do ambiente e da comida, mas nada de inesquecível. Em 2016, almocei no Guilty, que neste horário tem proposta com menu executivo com ótimo preço. A noite serve pratos despretensiosos, pizzas e burguers, mas a badalação rola solta.

São do mesmo chef, mas não conheço o Kob, Petit Palais, Pito do Bairro e Yakuza.

Uma das novidades da cidade no quesito restaurantes é o Palácio do Chiado. A construção Pombalina do século XVIII foi restaurada, preservando seu traçado original, pinturas das paredes e vitrais, para abrigar sete restaurantes. No térreo ficam quatro espaços mais casuais – Burguers e Feikes, Local Chiado, Meat Bar e Páteo no Palácio, e no primeiro andar, três outros com opções mais requintadas – Delisbon, Espumantaria do Mar e Sushic Chiado.

Para drinks ou um café a qualquer hora

Por ser ensolarada o que não falta na cidade são lugares abertos ou com mesas nas calçadas para ver a vida passar ou apreciar a vista, além de restaurantes, bares e cafés são uma ótima opção para dar um break durante uma caminhada ou para começar ou terminar a noite.

Nesta categoria não poderia deixar de citar:

Café a Brasileira – talvez o mais conhecido da cidade, em pleno Chiado tem entre suas mesas na calçada uma estátua de Fernando Pessoa como se cliente fosse (parada obrigatória para uma foto). O café, aberto no início do século XX mantém a decoração original.

Pastéis de Belém – serve o pastel de nata mais famosos da cidade. De tão famoso, tem quem pense que o delicioso doce se chame pastel de Belém. A casa prepara o tradicional doce português desde 1857, seguindo a uma antiga receita do Mosteiro dos Jerônimos. Parada obrigatória para quando se visita o mosteiro e a Torre de Belém.

Quiosque Ribeira das Naus – imperdível para apreciar o por do sol na beira do Tejo. Fica cheio de gente bonita a bebericar algo num final de tarde.

Além dos roof tops Entretanto e The Insólito, acima citados, há vários outros para se apreciar a vista da cidade. Nesta última viagem (out/16) estive no Topo Chiado, ao qual se acessa por entre as ruínas do Convento do Carmo, para um drink antes do jantar com vista para o Castelo de São Jorge. A cidade tem muitos outros conforme se pode ver na Lisbon Lux.

Comprando produtos originais

Se como eu gosta de adquirir produtos locais, principalmente ligados a gastronomia e bebidas, não deixe de visitar estes lugares:

Garrafeira Nacional – os melhores vinhos portugueses. Não hesite em pedir indicação aos vendedores, para auxiliar na escolha. Peça que embalem para viagem e se for cliente TAP informe para ganhar milhas. O preço vale muito a pena, quando comparados aos que pagamos no Brasil. A loja principal fica na Baixa, mas também há outra no Time Out Market.

Conserveira de Lisboa – esta loja de conservas, com quiosque no Time Out Market e loja na Baixa, foi fundada em 1930 e vende latinhas com verdadeiras delícias. Sempre trago várias e não há quem não goste.

Loja das Conservas – vende latinhas de conserva de diversos produtores. Para mim também é sempre uma parada obrigatória.

Cerâmica na Linha – são duas lojas a vender louça a quilo, das mais tradicionais as com desenho contemporâneo.

Ana Salgueiro – tem um trabalho com luminárias que vale conferir.

Izu Design Português – bijuterias legais de diversos artistas portugueses. Encontrei presente bem originais.