Escandinávia – Parte 2: Copenhague

 

Por Jaqueline Furrier-Colaboração Mel Reis

A capital da Dinamarca, onde já havia estado há 18 anos, foi a última parada da viagem de bike pela Escandinávia realizada no início de setembro de 2015.

Chegamos numa quarta-feira à noite e deixamos a cidade, de volta para casa, numa segunda bem cedo. Dos quatro dias que lá estivemos, o primeiro dia e a manhã do segundo faziam parte do programa da Backroads e foram dedicados à visita ao Castelo de Frederiksborg, onde chegamos depois de pedalar 39 km por parques e ciclovias que correm paralelamente e perpendicularmente à beira mar (ver detalhes no próximo post) e uma manhã para um walking tour pelo centro histórico.

O restante do tempo estivemos por nossa conta e foi bem proveitoso. Demos prioridade mais uma vez por nos locomovermos sobre duas rodas, aproveitando as inúmeras ciclovias da cidade. Programe-se, pois mesmo havendo várias empresas de locação, as bikes esgotam-se rapidamente. Locamos as nossas com a Copenhagen Bicycles, que fica na esquina das ruas Nyhavn e Havnegad. Eles também oferecem bike tour diariamente às 11:00 (não fizemos).

Sobre a cidade

A capital mais cool entre as daquele canto do mundo é bem diferente da homogênea Estocolmo, tema da postagem de setembro de 2015. Muito mais cosmopolita e pulsante talvez não agrade de pronto por lhe faltar justamente um pouco de cara de conto de fadas, aos quais muitos centros históricos das capitais europeias nos remetem me nos encantam.

Por lá tudo parece inovador, dinâmico e de olho no futuro, mas nem sempre foi assim. A cidade nasceu de uma vila de pescadores formada há mais de mil anos num estreito de mar entre a atual Suécia e Dinamarca. Somente no XVI veio a se tornar a capital do país, sendo que no final desse século e início do seguinte floresceu no reinado de Christian IV, rei que deteve o controle de grande parte da Escandinávia.

A zona central é pequena e pode-se percorre-la toda a pé em poucas horas. Fora do centro há grandes atrações também e por isso vale a pena programar-se.

Neste post trazemos as dicas de restaurantes. Na próxima semana, complementaremos com as atrações turísticas.

 

Onde ficar

Sem dúvida, a zona central da cidade é a melhor localização e as opções são variadas.

Ficamos hospedados no Hotel D’Angleterre, um landmark da cidade, que foi totalmente restaurado e reaberto e 2014. O hotel faz parte da Leading e é espetacular. O prédio histórico recebeu decoração contemporânea e todas as amenidades de um hotel de luxo, sem descaracterizá-lo. Vale cada centavo e serve um dos melhores cafés da manhã que já provei em hotéis.

.

Possui dois restaurantes: o Marchal, que ostenta 1*, e o Balthazar, um champanhe bastante agitado que vira balada depois que a cozinha fecha (fomos para drinks pós jantar).

 

Onde comer

A cidade é um paraíso para os foodies. Desde que o NOMA passou a aparecer consecutivamente no topo da lista dos melhores restaurantes do mundo, a gastronomia praticada por lá atiça a curiosidade dos que apreciam novidades e boa mesa.

O NOMA não é a única estrela do país, pois a cidade é palco de um universo de opções, estreladas ou não. Como em Estocolmo, a impressão que tive é de que se come bem em qualquer mesa. A cidade conta com doze restaurantes 1* , três 2* e  dez Bibi Gourmands, pelo guia Michelin, além de quatro entre os 100 melhores do mundo pela revista Restaurant (veja as matérias já citadas no aqui blog sobre os 50 e os 100 melhores).

Para todos eles reservar antecipadamente é fundamental. Fique atento também, pois muitos restaurantes cobram uma taxa para pagamento com cartão de crédito internacional o que encarece ainda mais a conta, quase sempre nada barata. Para evitar tal taxa só mesmo pagando em cash.

Jantares:

NOMAnem acreditei quando recebi a ligação do restaurante confirmando minha reserva depois de estar na lista de espera para as datas que estaríamos na cidade desde que tinham sido abertas. Embora tenha acordado às 5:00 da manhã para tentar a reserva online no horário de abertura (telefone nem pensar, só dá ocupado), quando consegui acessar o site já era a 1734º da fila. Depois de duas horas aguardando acesso à reserva propriamente dita só havia lista de espera. Ainda bem que eles incentivam que se entre na lista de espera!

O restaurante, atual 3º colocado na lista da Restaurant, é descolado, tem decoração e serviço nada pretensiosos, e fica num bairro cool da cidade, que ajudou a revitalizar. Tudo parece ter sido construído para quebrar tabus. Gostei da experiência, mas não sei se o que servem pode ser chamado de comida, não ao menos o que nos vem à cabeça quando pensamos nisto. Foram dezessete pratos, divinamente apresentados e basicamente composto de vegetais. Apenas seis deles tinham algum ingrediente animal, mesmo assim nada óbvios, tutano de boi e fígado de peixe entre eles.

Acho que a experiência vale para foodies curiosos, mas vá de cabeça aberta. Fizemos a harmonização que inclui sake e cerveja, além de vinhos, mas acho que teria valido mais a pena ter pedido os vinhos da carta, tanto pelo preço quanto pela qualidade.

Geranium – o 51º colocado na lista da Restaurant, ostenta 2* Michelin e tem o ambiente mais refinado e formal entre todos os locais que estivemos nesta viagem. Apesar disto, o serviço é muito amável e nada pretensioso. Surpreendi-me em ser convidada para visitar a cozinha e ter todos os que lá trabalham numa foto, inclusive o chef Rasmus Koefed. Também foi a primeira vez que vi um chef dessa categoria servir um dos pratos. Vi que fez isto em todas as mesas e achei bem simpático.

O restaurante oferece apenas dois menus, um da estação e outro com os pratos que fizeram a fama do local. Escolhemos este último e nos refastelamos com quatro entradas, cinco pratos e duas sobremesas. Tudo delicioso, mas não exatamente surpreendente. Preferimos uma garrafa de vinho branco da carta ao pariring e funcionou muito bem.

Relae45º da lista da Restaurant, este restaurante 1* Michelin destaca-se pela simplicidade, da decoração à proposta. Está localizado no bairro de Norrebro (já citado em um dos nossos posts), que  depois de sua chegada ao local se tornou um polo boêmio e foodie. A escolha fica entre o menu de quatro (nossa escolha) ou de sete pratos, todos preparados com produtos orgânicos. O chef italiano (Christian Puglisi), criado na Dinamarca, traz influência tanto do NOMA como do El Buli, onde trabalhou, mas não deixa de lado sua ascendência. Li que ele deve abrir um restaurante italiano no próximo ano. Vale ficar atento.

Kokkeriet – Fomos num jantar organizado pela Backroads e o restaurante estava fechado para o nosso grupo. Embora ostente 1* Michelin e o chef tenha um background consistente, achei todos os pratos do jantar de quatro tempos, com exceção da sobremesa, bem sem graça.

Fiskebar  – este Bibi Gourmand fica num local totalmente fora do circuito turístico, mas estava cheio numa noite de domingo (abre de segunda a segunda e fecha tarde). Local cool, atrai locais e turistas curiosos para provar seus fresquíssimos peixes e frutos do mar. Dá para ir só para comer ostras e bebericar algo ou saborear uma refeição completa. Bem bacana e descolado. 

No mapa do final do post, estão todos os restaurantes 1*, 2* e Bibi Gourmands da cidade. Além dos que fomos, os guias da Backroads recomendam os seguintes locais: The Standard, Marchal, Orangeriet, Kanalen, Peder Oxe, Fishmarket e Koefoed.

[/vc_column][/vc_row]

Almoços:

Fiat – fugindo de uma semana de comida nórdica, tentamos este restaurante italiano bem em frente à praça Kongens Nytorv e foi uma grata surpresa. Comida tradicional muito bem preparada, num ambiente descolado, cheio de locais e turistas chiques num almoço tardio de sexta-feira.

Pigen og Somanden – localizado ao longo de Nyhavn junto a diversos restaurantes com terraço, daqueles que encontramos na maioria dos locais turísticos. Eu normalmente evito este tipo de lugares, mas nem sempre é possível.  Num dos dias pelo tardar da hora que resolvemos almoçar acabamos por optar por essa taberna e nem deu para reclamar, pois os pratos estavam todos bem gostosos.

Taxanum domingo, após pedalarmos pelo distante bairro de Orestad acabamos por voltar a região de Norrebro para visitar o “parque” Cemitério de Assistens e lá escolhemos este local para almoçar sem antes consultar guias ou termos indicação. E não é que nos demos bem?! O restaurante só tinha locais num festivo almoço de domingo e tudo que pedimos estava uma delícia.

Veja abaixo o mapa o mapa que fizemos:

About the Author:

One Comment

  1. […] de Copenhague, que já foi tema de post aqui no blog (parte 2 e parte 3), vale a […]

%d blogueiros gostam disto: