Por Jaqueline Furrier – Colaboração Mel Reis
A matéria publicada na sexta,06.11.2015, abordou a gastronomia de Copenhague, maior cidade e capital da Dinamarca, que conta com com 15 restaurantes estrelados, alguns citados no post anterior. Nesta segunda parte, falamos sobre tudo o que há para fazer por lá. A cidade oferece um pouco de tudo e uma só visita não será suficiente para ver todas as atrações.
Tendo isto em mente, aproveitamos o final das férias de uma maneira mais relax, sem compromisso de ticar todos os programas turísticos.
Abaixo, segue a descrição de como aproveitamos os nossos dias por lá e também alguns pontos turísticos importantes que não tivemos tempo de ir, assim poderá escolher melhor entre as opções que a cidade oferece e fazer seu próprio roteiro.
O que fazer:
Dia 1 – ainda dentro do programa da Backroads, seguimos pedalando do Parque de Charlottenlund, que fica a 30min da zona central da cidade e onde chegamos de van, até o Castelo de Frederiksborg (35km) e voltamos também pedalando (total de ida e volta 92km). O percurso se dá por uma parte da Riviera Dinamarquesa, cheia e marinas e casas charmosas, e depois pelo seu bucólico interior, até alcançar a cidade de Hillerod, onde fica o castelo.
Se não se animar em pedalar até lá, pegue a linha A do S-Train para Hillerod (40 min) e da estação siga a pé até o castelo (20 min) ou pegue o ônibus 301 na direção de Ullerod ou o 302 na direção de Sophienlund, e desça na parada do Frederick Slot.
O castelo sedia, desde 1878, o Museu de História Nacional da Dinamarca. A construção é do século XVII (reinado de Christian IV), mas foi restaurada após um incêndio ocorrido em 1859. Lá está a maior coleção de retratos e pinturas históricas da Dinamarca. As salas mais importantes são a rosa, a capela e o grande salão, mas o complexo todo é bastante interessante. Achei que o uso do audioguide ajudou a entender melhor a visita, mas também é possível reservar tours guiados (veja no site).
A visita ao castelo propriamente dita leva em torno de uma hora, mas pode-se aproveitar o dia todo por lá, visitando o espetacular jardim barroco, andando ou pedalando em volta do lago ou, ainda, fazendo um tour de barco. Almoçamos no Café Havenust (fotos abaixo), de frente para o jardim, que tem um serviço de buffet gostosinho. Há, ainda, o restaurante Leonora como opção no próprio castelo e outros na cidade.
Dia 2 – ainda no programa da Backroads, fizemos pela manhã um walking tour a partir da praça em frente ao hotel (Kogens Nystov), onde estão localizados o Old Royal Theater e a loja de departamento Magasin du Nord, seguindo depois para Stroget, área central com calçadões e grande concentração de lojas, para todos os bolsos e gosto. A seguir, o percurso foi por ruas de paralelepípedo com construções que datam da idade média, até a Catedral de Copenhague (Vor Frue Kirke), que, embora date de 1191, foi reconstruída várias vezes por conta de incêndios. A atual construção neoclássica é de 1829.
De lá seguimos para a Round Tower, construída no século XVII a mando de Christian IV para ser um observatório para o astrônomo Tycho Brahe, e de onde se tem uma bela vista da cidade. Ainda funciona como observatório e se pode ver o céu de seu dome com um telescópio de 3m (consulte abertura noturna no site).
A próxima parada foi nos jardins (King´s Garden) do Castelo de Rosemborg, também construído por Christian IV no estilo renascentista dinamarquês para ser sua residência de verão. Funciona como museu e abriga as joias da coroa, incluindo a coroa e espada de Christian IV.
De lá seguimos para Palácio de Amalienborg, atual residência da família real dinamarquesa, que é composto de quatro construções que formam um circulo em torno de uma praça central, onde diariamente ao meio dia ocorre a troca da guarda. Um dos prédios é aberto à visitação.
A primeira foto: "Amalienborg Palace - aerial view" by Rob Deutscher from Melbourne, Australia - Amalienbor Plads and Opera House_Copenhagen. Licensed under CC BY 2.0 via Commons - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Amalienborg_Palace_-_aerial_view.jpg#/media/File:Amalienborg_ Palace_-_aerial_view.jpg
O tour, que marcava o final dos serviços da Backroads, acabou em Nyhavn, um canal construído para conectar a praça Kogens Nytorv com o novo porto, e que hoje abriga diversos bares e restaurantes nas suas coloridas town houses e onde não há como não dar uma paradinha para um café ou cerveja, para ver a vida passar.
Como é de Nyhavn que saem os tours de barco, já aproveitamos e fizemos o imperdível passeio. Há mais de uma empresa, mas pelo que reparei todas oferecem tours semelhantes que duram uma hora e passam pelos principais pontos turísticos que ficam a beiras dos canais. Fizemos com a Canal Tours, cujo o passe está incluído no Copenhagen Card, que não compramos, mas é bem interessante para quem quer aproveitar o máximo do que a cidade oferece. Vi muitos Go Boats e acho que deve ser bem interessante alugar um e fazer um piquenique a bordo.
Ainda neste dia, após o almoço, visitamos o Designmuseum, que fica localizado num antigo hospital e tem uma vasta coleção de objetos dos famosos designers dinamarqueses, e a Marble Church (Marmokirken), construída em estilo neobarroco com um imenso domo de 30m de diâmetro se sobressai no skyline da cidade.
Dia 3 – de manhã, após alugarmos as bicicletas, seguimos de Nyhavn para o bairro de Christianshaw, onde as principais atrações são a Igreja Vor Frelsers e Christiania.
A torre em espiral da Igreja do Nosso Salvador (Vor Frelsers Kirke) tem 95m de altura e propicia uma bela vista da cidade. São 400 degraus sendo que os últimos 150 são do lado externo. Haja fôlego e perna. Não subimos.
Christiania é uma comunidade alternativa formada em 1971 na parte leste de Christianshavn. Lá vivem pessoas dentro do conceito de vida em comunidade e numa de suas ruas “Pusher St” há livre comércio de haxixe e maconha. Uma maneira diferente de ver o mundo, que penso ser interessante conhecer um pouquinho.
Depois de almoçarmos em Nyhvan, continuamos pedalando até o parque onde fica o Kastellet e a estátua da pequena sereia (Little Marmaid), inspirada na obra de Hans Christian Andersen.
A estátua é o ponto turístico mais fotografado da cidade, mas não passa de uma pequena estátua na beira do rio, doada pelo cervejeiro Carls Jacobsen, em 1913 para a cidade.
A Cidadela de Frederikshavn (Kastellet) é uma fortaleza de cinco pontas, situada na entrada do mar, que por muitos anos foi a principal estrutura defensiva da cidade. O complexo, data de 1626, e ainda é usado como estabelecimento militar. Visita-se o parque, mas as construções são apreciadas apenas pelo lado externo.
Antes de voltarmos ao hotel, onde chegamos por volta das 18:00, ainda pedalamos até o parque Oestre Anlaeg, onde fica o museu The National Gallery of Denmark, passando antes por Nyboder, um complexo de casas construídas no século XVII para os oficiais da marinha dinamarquesa.
Dia 4 – Acho que este dia teria sido mais bem aproveitado se tivéssemos deixado as bikes de lado e feito um programa fora da cidade, visitando o museu de arte moderna Louisiania e o Castelo de Kronborg, que é tombado pela Unesco, e conhecido por ser o Castelo de Hamlet, onde eu já havia estado em outra oportunidade, mas valeria uma nova visita.
No entanto, a nossa opção, foi pegar o metrô com as bikes (sim é permitido) e ir até o bairro de Orestad, conhecido por sua arquitetura contemporânea e premiada. É bem bonito, mas acho mais proveitoso para quem tem especial interesse em arquitetura.
Passamos a manhã por lá e na volta pedalamos até a região de Norrebro para visitar o parque e também Cemitério de Assistens, onde estão enterrados vários notáveis do país, incluindo Hans Christian Andersen.
Foi nessa região que almoçamos (detalhes no post sobre os restaurantes) e depois da refeição pedalamos até a primeira fábrica da cervejaria Carlsberg, passando pela região de Frederiksberg. Pena que não dava para pedalar dentro do parque de mesmo nome.
A cervejaria, que data de 1847, foi transformada num centro de visitação. O passeio é simpático e o ingresso dá direito a duas canecas de cerveja.
Na volta para a região central da cidade para devolver as bikes, pedalamos pelo bairro de Vesterbo, acessando a margem do aterro de Sortedam, de onde se tem uma bela vista da cidade.
Depois de devolver as bikes, ainda tive energia para ir sozinha caminhando até o parque de diversões Tivoli Gardens, uma das atrações mais visitadas de Copenhague, que deixei para última hora, porque sem criança não vejo muita graça. O segundo parque mais antigo do mundo, inaugurado em 1834, tem brinquedos não só para os pequenos, mas também para adultos, e ainda conta com hotel de luxo Radisson e alguns restaurantes – já até contou com restaurante estrelado, o The Paul, que fechou- mas sem os pequenos acho sem graça. A vantagem foi que não tinha fila alguma e, assim, consegui ir a vários brinquedos na uma hora que estive lá. Se for só visitar, compre o ingresso sem as atrações. Isto é necessário mesmo que vá só para ir a um de seus restaurantes. Também é preciso ficar atento, pois o parque fecha no inverno, com exceção de Natal e Réveillon.
Perto do Tivoli fica um dos melhores museus de Copenhague que não conseguimos visitar. O NY Carlsberg Glyptotek, fundado pelo cervejeiro Carl Jacobsen, tem um departamento de arte antiga e outro centrada em arte moderna, que são muito respeitados.
Ou seja, há muito para ver e quatro dias apenas é muito pouco tempo. Fique mais tempo ou planeje um retorno, que é minha intenção. As atrações que fizemos estão entre as trinta mais visitadas, mas faltaram muitas delas. Para ver a lista, cheque o link do site visit copenhagen: http://www.visitcopenhagen.com/copenhagen/sightseeing/top-30-attractions
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