Por Mel Reis
colaboração de Jaqueline Furrier
Ao receber o convite para ir a Lima, tema de duas publicações aqui no blog (Lima, encanta! e Atrações em Lima), logo pensei em como aproveitar para seguir viagem até Cusco e depois para a atraente e mística Machu Picchu. A viagem ocorreu no final de abril de 2014, próximo ao início do inverno, que se estende de maio a setembro, e é considerado o melhor momento para ir para o Peru, pois quase não há chuvas na região.
Em vários blogs e sites há informações do que fazer e como chegar. Mas, tentarei simplificar e reunir aqui o que foi mais útil para mim.
O caminho é o seguinte:
Saindo de Lima, siga de avião até Cusco. Depois, de trem, com a PeruRail, você vai para Machu Picchu (na verdade, a cidadezinha se chama Aguas Calientes- eu não sabia disto!) e é de lá que você pega um ônibus, comprado em agências locais, até o sítio.
Outra opção é fazer o trajeto de Cusco para Machu Picchu com o sofisticado trem Hiram Bingham Orient Express. A rota através das terras Incas passa pelo Vale Sagrado. É bem mais caro do que os trens tradicionais, mas, além do conforto, vários serviços vips são oferecidos durante a viagem e pode valer a pena.
Nas fotos abaixo, a sequência mostra Cusco, Aguas Calientes e Machu Picchu.
Cusco é uma cidade com vários sítios arqueológicos, cheia de história e passeios legais, alguns até radicais. A 3.400 metros de altitude, ideal e fundamental para se aclimatar. O remedinho chamado “sorojchi pills” também inibe os sintomas da altitude.
Dois dias é o suficiente, porém, se quiser ficar mais, há o que ver. Explicarei melhor a seguir.
Já Aguas Calientes é uma “mini cidade” com uma única avenida, pracinha e, é claro, feira de artesanato logo na estação de trem. As fontes termais são “A” atração na cidadezinha, que eu preferi não experimentar. Não se anda de carro, nem de bicicleta, só a pé mesmo. Também tenho que dizer que do que comi nada estava muito bom, ao menos não dentro do que eu podia pagar. Então, deixe a exigência de lado e siga viagem.
CUSCO
O voo da Lan que deveria sair de Lima às 8:20 e chegar às 9:40, só saiu às 11:00, o que me fez chegar na hora do almoço na cidade. Chegando no aeroporto, a abordagem de “agentes” de viagem é intensa, mas como não confio muito na prática de “laçar” clientes, principalmente no aeroporto, só peguei alguns telefones e o informativo.
Na noite anterior, já havia combinado por e-mail o transfer com o hotel. Devido ao atraso do voo, o coitado do rapaz me aguardou por mais de duas horas e me levou até o Terra Viva Hotels Cuzco, da mesma rede que usei em Lima. Fiz a reserva pelo booking.com e, no meu caso, foi uma boa escolha.
Já no hotel, enquanto tomava o famoso chá de coca (que não, não é alucinógeno ou algo do tipo), perguntei sobre as sugestões de agências e a indicação foi a Responsible Travel Perú, que faz tours por várias partes do Peru. Com hora marcada, a Saby veio ao hotel para me explicar o que seria possível fazer começando o tour às 13:30. Almocei rapidamente no Chicha, restaurante do Gaston Acurio, e segui para a Catedral, ponto de partida do tour e primeiro local a ser visitado.
lomo saltado do Chicha
Chicha Cusco
Plaza Regocijo 261, 2do. nivel, Cuzco – Perú
Telf 084-240520 / 084- 240717 (Anexo 21)
O tour em Cusco
Esse tour custou 150 dólares para uma pessoa, mas existem inúmeras opções, e compreendia a visitação guiada, em grupo e inglês, da Catedral, do Museu Qorikancha e três complexos arqueológicos: Tambomachay, Saqsaywaman e Qenqo. O valor também cobriu a visita guiada em Machu Picchu, fora o ônibus e o ingresso de entrada, que comprei separadamente (explicarei melhor abaixo). A van faz uma parada em cada um deles e a visita guiada é de, aproximadamente, 1h00 em cada um.
Os tours em português são privados e mais caros.
Atenção:é preciso comprar também um boleto turístico no prédio do Ministério da Cultura de Cusco para visitar as ruínas. É como se fosse uma taxa de preservação. São 70 soles para um dia, mas atenção, o preço varia de acordo com a quantidade de dias e locais a serem visitados.
A vista deslumbrante dos vales em Saqsaywaman
Responsible Travel Peu
Suyt’u Qhatu 777-B, San Blas, Cusco – Peru
+51 (0) 84 233903/ +51 965 892 424 Saby
sabyzaldivar@responsibletravelperu.com
Guia nos sítios: Rony Suma
+51 984 719 510
rosuga417@hotmail.com
Tambomachay: lugar destinado ao descanso e ao culto da água.
Saqsaywaman: um dos mais imponentes monumentos incaicos. Construído em 1460, tem três níveis e não foi empregado nenhum ‘rejunte’, os blocos de pedras encaixam com perfeição.
Qenqo: local onde eram realizados rituais de sacrifício, provavelmente de lhamas.
Dia terminado, retornei ao hotel e combinei o táxi que me levaria no dia seguinte até Ollanta para pegar o trem da Peru Rail que partia às 15h07 para Machu Picchu. Não foi caro, acho que S100 (R$ 90,00). O trajeto de carro demora uma hora e meia, então foi possível aproveitar a manhã e caminhar pelas vielas de Cusco, observar as construções e ainda visitar alguns museus e lojinhas de artesanato.
MACHU PICCHU
A cidade sagrada onde residia gente escolhida, provavelmente da nobreza inca e sacerdotes, é visitada por pessoas de todos os cantos do mundo e desperta certo encantamento. Tudo indica que o local, descoberto em 1911 pelo norte-americano Hiram Bingham (existem evidências de que o Vale já havia sido encontrado antes disto) foi abandonado por seus habitantes. Machu Picchu fica a 130 km de Cusco e é bem mais fácil de visitar do que eu imaginava.
Cheguei em Águas Calientes no fim da tarde e fui conhecer a pequena cidade, que conta com fontes termais. A maioria das opções de hospedagem é modesta. Naquela mesma noite, uma agente associada a Responsible Tour veio ao meu hotel para explicar que no outro dia por volta das 7h passaria no hotel para me levar até o ponto do ônibus que vai até a base de Machu Picchu.
Sobre a compra dos ingressos:
O site oficial http://www.machupicchu.gob.pe/ nem sempre funciona, mas insista (atualize a página) porque é o mais confiável e foi por lá que comprei. Apesar disto, a compra não é tão difícil, atenção, além do site ser em espanhol, existem vários tipos de ingressos:
Machu Picchu (apenas a entrada do parque principal);
Machu Picchu + Museu;
Machu Pichu + almoço no Lodge;
Machu Picchu + Huayna Picchu (com vários horários, desde às 7:00). Eu escolhi Machu Picchu + Huayna Picchu + almoço e paguei S156,05 (R$ 141,00).
Huayna Picchu , a 2.720 metros do nível do mar, é uma montanha que pode ser visitada e explorada até o topo, é para subir depois de visitar o vale. É preciso ter condicionamento, mas a vista vale a pena.
Escolhidos o dia e a opção de ingresso é só seguir o passo a passo.
Importante: O pagamento só pode ser feito com a bandeira Visa e dá erro várias vezes. Os ingressos contém os dados do passaporte e são nominais!
As principais contruções
O Templo del Sol é a única construção semicircular de Machu Picchu e era através dela que os moradores sabiam mais ou menos as estações do ano. O templo leva esse nome por receber a luz solar.
Templo del Sol
O Mausoleo Real foi um ponto de adoração e oferendas e está localizado abaixo do Templo do Sol.
Mausoleo Real
A diferença entre os setores (construções) em Machu Picchu fica evidente apenas ao se observar o encaixe e formato das rochas. Na foto abaixo, é possível ver um exemplo do que seria o Setor Nobre, lado esquerdo, forma de construção das residências dos governantes e, do lado direito, dos menos afortunados.
É importante dizer que, além dessas construções importantes, há também o Templo del Cóndor, a Plaza principal, grutas etc…
Depois de visitar o vale, foi a vez de enfrentar a subida de 1h30 de Huayna Picchu. O horário é marcado no momento da compra do ingresso, pois há um número limite.
Apesar de ter sido ótimo usar um guia para o passeio, apenas passear pelos corredores e observar como vivia esse povo e ver o funcionamento do sistema hídrico, a agricultura e engenharia já impressiona e faz valer a viagem.
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