Anavilhanas Jungle Lodge em Manaus

Por  Jaqueline Furrier-Colaboração Mel Reis
Fotos de João Carlos de Gênova

Há tempos estava curiosa para conhecer este lodge de selva, localizado às margens do rio Negro, em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, a três horas de carro de Manaus (são 180 km de estrada asfaltada). Aproveitei, então, compromissos profissionais em Manaus, e dei uma esticada, num final de semana de agosto de 2016.

O arquipélago fluvial é o segundo maior do mundo e de fato um espetáculo da natureza. Fui só com o meu marido e saímos de Manaus às 8:15 de uma sexta feira, e domingo às 11:00 já estávamos de volta à cidade.

A viagem de Manaus até o hotel é um tanto entediante, mas é a forma mais econômica de lá chegar, pois o traslado terrestre está incluído na cara tarifa do hotel. São duas saídas diárias, uma de manhã e outra à tarde, tanto na ida como na volta.

Outra opção de traslado é por hidroavião, mas o preço é salgado – R$ 2.800,00 para duas pessoas, por cada trecho. Até cogitei em voltar voando, mas quando descobri que o voo teria que ser às 7:45, 0:15min antes do traslado terrestre da manhã, desisti. Meu voo de volta para São Paulo era às 16:30 e teria muito tempo ocioso em Manaus, que eu já conheço relativamente bem.

Se for ficar alguns dias em Manaus no retorno, vale avaliar o traslado de hidroavião porque sobrevoar a região em um voo baixo é demais. Já fiz anteriormente.

Detalhes sobre o serviço de traslado:

O Transfer regular do Anavilhanas Lodge tem saídas de Manaus em dois horários fixos:

Opção 1: De qualquer Hotel na cidade, entre 8:00 e 9:00 da manhã
Opção 2: Do aeroporto, às 14:00 / 14:30

Durante o horário de verão, só são atendidos voos chegando até às 13:00, saindo do Aeroporto aproximadamente às 13:00 / 13:30pm

Horários de traslados regulares, partindo do Lodge, são:
Opção 1: às 8:00 da manhã para hóspedes com voos entre 13:00 e 19:00
Opção 2: às 14:00 para hóspedes em Hotéis ou com voos à noite.

O Lodge

Supostamente o hotel oferece a melhor proposta de hospedagem na Amazônia nos dias de hoje, mas não impressiona. Enquanto escrevia este post fique sabendo doa existência do Lodge Mirante do Gavião, que me pareceu mais interessante. Cheque antes de se decidir. 

As áreas comuns são bonitas, amplas e bem decoradas, mas já há pontos precisando de manutenção. Achei os quartos apenas ok (fiquei no n. 11), pois são pequenos, um pouco escuros e precisam também de manutenção. São ao todo 22 quartos, distribuídos em três categorias (chalés (16), bangalôs (4) e panorâmicos (2), os dois maiores são os únicos com vista. Ficamos no chalé.

O hotel tem ainda uma piscina com borda infinita com bela vista do rio e um bar flutuante à beira do rio. Pode-se nadar tranquilamente no Rio Negro, que devido a sua acidez não atrai insetos.

O restaurante, onde são servidas todas as refeições em sistema buffet é simpático, mas a comida bem fraquinha. Pelo preço da diária (2.640,00), deveriam investir mais neste quesito. Falta qualidade e variedade de ingredientes e a apresentação e preparo precisam melhorar muito para fazer jus às fotos do site. Esperava muiiiito mais.

Já tinha estado em duas outras oportunidades em hotéis na selva amazônica e achei a experiência em todos bem parecida.

Para que não se frustre, é bom ter em mente que, devido à imensidão e densidade da floresta, raramente se avista animais, e como as hospedagens são na beira de rios, não se tem, mesmo caminhando nas trilhas, uma real visão do que é a floresta.

São oferecidos quatro tipos de pacotes, de duas a cinco noites. Em todos estão incluídos pensão completa e passeios, que são oferecidos de acordo com o número de dias escolhido. Bebidas alcoólicas e não alcoólicas são cobradas à parte, inclusive água mineral. Há uma estação de água potável onde os hóspedes podem abastecer garrafinhas, que são entregues no check in.

Passeios

No nosso pacote de duas noites estavam incluídas as seguintes experiências:

Tour de Reconhecimento pelo Arquipélago: Fizemos na tarde do dia que chegamos. Saímos do hotel de barco às 15:00 e retornamos às 17:00. A lancha aberta leva até 8 pessoas (éramos 6) e percorre parte do arquipélago. O guia explica a formação do Igarapó (parte da floresta que fica submersa a maior parte do ano) e os poucos pássaros que se avista. Sem dúvida a região é muito bonita.

Trilha na Mata de Terra Firme: foi proposta para a nossa primeira manhã no hotel. A saída se deu às 8:30. O local da trilha foi acessado após 0h15min de lancha. Éramos 6 pessoas e fomos liderados por guias, que foram dando explicações sobre as árvores, frutas e frutos silvestres, assim como orientações de sobrevivência e ervas medicinais. O percurso de mais ou menos 3km levou 2h30min. Não se esqueça de levar sapato fechado para fazer este programa.

Visita aos Botos Cor-de-Rosa e Artesanatos em Novo Airão: Esse programa foi oferecido para a tarde do segundo dia. Saímos de barco do hotel às 14:30.

O barco subiu o Rio Negro até a cidade de Novo Airão, onde uma família tem permissão dos órgãos de conservação para propiciar interação entre turistas e os botos.

Ao chegarmos na casa flutuante, fomos recebidos por um membro da família que fez uma pequena apresentação sobre a espécie e o trabalho que desenvolvem lá. Depois adentramos num deck, onde outra pessoa dava de comer aos botos, momento em que foi possível tocá-los. Acabado este programa, fomos levados a dois núcleos de artesanato onde são produzidos objetos de decoração e brinquedos com palha de buriti, inajá, açaí e pedaços de madeira, alguns bem bonitos.

Focagem Noturna no Arquipélago de Anavilhanas: esse programa nos foi oferecido na primeira noite, mas pedimos para ser transferido para a seguinte, para vermos a abertura das Olimpíadas. É bastante atraente, pois a floresta fica mais emblemática na escuridão. O passeio sai às 20:00 e percorre-se de barco as margens do Igarapó de frente ao hotel. Foi possível avistar pássaros, preguiças e uma serpente.

Contemplação Do Nascer Do Sol: quase desisti por conta do horário, mas vale muito a pena acordar às 5:00 para ainda no escuro chegar-se ao ponto no meio das ilhas onde se vê o nascer do sol. O momento é excelente para observação de pássaros.

O programa dura aproximadamente 1h00. Ao chegar de volta, o tempo foi suficiente para arrumar as malas e tomar café da manhã, antes de partir às 8:00, para quem, como nós, pegava o traslado da manhã.

Se quiser uma opção mais barata para conhecer a região da Anavilhanas, tente a Pousada Bela Vista, que fica também nos bancos do Rio Negro e está sendo totalmente reformada.

Um pouco de Manaus:

Já estive na cidade algumas vezes, mas fazia muito tempo desde a última estada. Desta vez, não fiz nenhum programa turístico com exceção do passeio para ver o Encontro das Águas, depois do retorno de Anavilhanas e antes de almoçar e voltar para São Paulo.

Fizemos um passeio privado, reservado por um guia do Anavilhanas, para termos agilidade e não nos preocuparmos com as malas.

Fomos pegos no escritório do Anavilhanas em Manaus e de carro seguimos até o Terminal Hidroviário do Ceasa, de onde saem os passeios. Pegamos uma lancha somente para nós que nos levou até o encontro das águas (trajeto de mais ou menos 0h15min). Ficamos mais ou menos 0h20min navegando no encontro das águas lentamente para fotos e de lá seguimos até a comunidade fluvial de Catalão, que fica junto a um Igarapó que mais parece um jardim. Um visual incrível, que eu não conhecia.

Esses passeios são organizados por diversa agências, mas se estiver de carro, pode ir até o Terminal Hidroviário e contatar diretamente a Solinegro (a Cooperativa de Transporte de Turismo Ambiental, com Base Comunitária da Amazônia).

Se quiser um tour privado como o nosso, o contato é Mateus Moura (matheusmoura202@gmail.com – 92 991292726),

O pouco de que vi da cidade, parece bem melhor do que antes em termos de infraestrutura e turismo. Com certeza vale a visita ao Teatro Amazonas, que é belíssimo e tem programação intensa. Se não conseguir ingresso, não deixe de fazer ao menos a visita guiada.

Outros edifícios históricos interessantes são: Palácio Rio Negro, e  Palácio da Justiça, que abrigam centros culturais,  Casa Eduardo Ribeiro, que pertenceu ao Governador de mesmo nome, e reproduz ambientes da época da borracha; e também o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, que foi todo remodelado e é um dos símbolos da cidade.

Onde comer:

O melhor restaurante local é sem dúvida o Banzeiro, que trabalha com os ingredientes locais com um toque gastronômico. Almocei num domingo, sem fazer reservas, mas me disseram que para jantar é necessário. Tudo o que provei estava ótimo.

Onde ficar:

Embora o hotel Tropical Manaus, ainda seja o mais conhecido, anda bem decadente. Uma opção para quem quer ficar em Ponta Negra é o Park Suites, na mesma área do Tropical.

Como estava a trabalho fiquei no Ceasar Business que cumpre a função.
Fiquei encantada, no entanto, com o novíssimo Villa Amazônia, inaugurado em julho de 2016, pelos donos do Anavilhanas. A construção que aproveitou uma casa tombada para suas áreas sociais é uma ilha no centro da cidade, a uma quadra do Teatro Amazonas. Essa é sem dúvida a melhor opção da cidade.

Dicas do Anavilhavas para a região:

Na floresta amazônica o clima é muito quente e úmido durante todo o ano, com temperatura média entre 25º C e 27º C e máxima de 40º C.

Durante os meses de Dezembro à Maio, as chuvas são intensas. A cheia do rio Negro tem seu ponto máximo em meados de Junho. Neste época, os vastos igapós -floresta inundada- se formam, tanto no arquipélago quanto na terra firme, deixando um cenário inesquecível e excelente para exploração. Apesar da frequência de chuva ser maior, dias ensolarados e quentes são comuns durante essa época.

A estação da seca se dá entre Junho e Novembro. A maior vazante do Rio Negro acontece no mês de Novembro, quando se formam praias de areia branca ao longo do arquipélago. Nessa época chove menos e o calor é bastante intenso, mas é sempre bom estar preparado para enfrentar uma chuva torrencial pelo caminho.

Todas as épocas são ótimas para a visitação, cabe ao viajante escolher se prefere curtir as imensas florestas inundadas ou as incríveis praias de rio.

Vacinas:
O Ministério do Turismo Brasileiro recomenda que todos os que viajam para a região Norte do Brasil tomem vacina contra febre-amarela.

O que levar:

protetor solar
repelente de insetos para a trilha na mata
chapéu/boné
camisetas
shorts/bermudas
roupa de banho
blusa de manga longa para a focagem noturna e trilha na mata
calça confortável para caminhada (uso obrigatório para segurança)
tênis ou bota para trilha (uso obrigatório para segurança)
sandália/ chinelo confortável
itens de higiene pessoal
máquina fotográfica
binóculos
Sugerimos que o hóspede traga roupas suficiente para todos os dias de sua estada. O Lodge tem um sistema de tratamento da água próprio, dimensionado apenas para seus efluentes diários e não dispõe de serviço de lavanderia terceirizado.

By | 2016-09-25T08:58:51+00:00 setembro 9th, 2016|Am. do Sul, Brasil, Norte|0 Comments

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