4 dias em New York City

Por Jaqueline Furrier – Colaboração Mel Reis

Como já coloquei em outros posts, um dos motivos que Nova York não me cansa é pelo o fato de suas atrações serem inesgotáveis.

Sempre tem algo novo na cidade, seja um lugar recém inaugurado ou sendo revitalizado. Isso sem falar nos restaurantes, cuja lista parece infindável, ou nas peças de teatro em cartaz há décadas ou nas novidades do ano, óperas, ballet e por aí vai.

Apesar de frequentar a cidade anualmente há 20 anos, nessa última viagem, em novembro de 2016, em quatro dias, só fui a lugares que não conhecia, cujas dicas seguem, pois achei todos muito legais:

O Hotel

Desta vez a escolha do hotel se deu em razão de custo benefício.

Depois de olhar algumas opções, reservei o Hotel Chandler, que fica em Midtown, na 31st com Madson, bem no meio do novo burburinho da cidade.
O hotel é associado à rede Small Luxury Hotels e para um hotel boutique os quartos são bem confortáveis. O prédio abriga o hotel há mais um século e foi totalmente restaurado recentemente pelo designer Jane Capellini. Achei tudo de muito bom gosto e o staff é muito simpático.

Museus

Whitney Museum of American Art: O novo espaço do museu, que se mudou da Madson para o Meatpacking, ficou de mais. A beira do Rio Hudson e do High Line, proporciona dos seus terraços belas vistas.

Na época de minha visita trazia apenas exposições temporárias algumas com obras do seu acervo, mas senti falta de uma maior mostra do acervo próprio. O café do último andar é um ótimo lugar para uma paradinha. O restaurante Untitled do térreo, que na sede anterior era muito bom, deixou a desejar (veja abaixo).

Neue Galerie: este pequeno museu, situado em uma mansão a poucos passos do MET, foi inaugurado em 2001, para abrigar obras dos melhores  artistas e designers austríacos e alemães do início do século XX, pertencentes a Serge Sabarsqy, marchand e organizador de exposições, e ao colecionador Ronald S. Lauder.

A grande aquisição do museu, no entanto, ocorreu em 2006, quando houve a aquisição do Retrato de Adele Boch-Bauer, que foi alvo de uma disputa jurídica internacional entre os herdeiros da família Boch-Bauer e o governo austríaco, retratada no filme a Dama Dourada (2015).

Somente esse quadro de Klint já valeria a visita, mas na sala, onde é a principal atração, estavam outros cinco “portraites”, inclusive um segundo de Adele, na exposição intitulada Klimt and the women of Vienna´s Golden Age, 1900-1918.

Vale muito a pena conhecer e não deixe de tomar um café no Café Sabarsky, acompanhado de doces vienenses que nos transportam  à antiga capital do Império Austro-húngaro.

Atrações

One World Observatory: na minha última estada na cidade, pude visitar o memorial e o Museu 9/11 Memorial, mas o observatório do novo prédio ainda não estava aberto à visitação.

Desta vez fui e para minha surpresa não havia fila. Apesar da inspeção rigorosa não demoramos mais do que 15 minutos entre  comprar o ticket e o acesso aos elevadores.

De qualquer modo, acho que vale o fast track, com sobretaxa de 20USD (o bilhete normal custa USD 34 e o prioritário USD 54), se houver longas filas no dia que for.

Do alto, avista-se toda cidade e regiões próximas, mas o que achei de mais legal foram as partes interativas. No elevador, há uma tela de alto abaixo que vai contando a história de NYC e da construção do prédio e mostrando a paisagem. Quando se acessa o 100ºandar, mas antes de se adentrar ao observatório, mais um filme é mostrado. Dentro do observatório também há pontos que interatividade.

Além da obrigatória lojinha, há ainda um café e dois restaurantes, One Mix e One Dine

Toda área em volta está sendo revitalizada e, bem em frente às torres, há um shopping, Brookfield Place, com lojas bacanas, mas o que vale mesmo é entrar para observar a bela arquitetura, projeto de Cesar Pelli, responsável também pelas torres gêmeas de Kuala Lampur, que são os prédios mais altos do mundo.

No dia de nossa visita, havia uma exposição de esculturas feitas com latinhas de comida, bem original.

De lá caminhamos até a nova estação de metrô do World Trade Center (Path), que no seu subsolo abriga um shopping center, com lojas mais “normais”. Outra bela construção da região. Obra do famoso arquiteto espanhol Santiago Calatrava a cobertura, conhecida como Oculus, foi desenhada para trazer luz natural ao interior da estação.

Foto obtida em: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2827777/World-Trade-Center-s-1-4-billion-transport-complex-opens-doors-s-New-York-s-biggest-subway-hub-serving-300-000-commuters-day.html

Teatro

Sleep No Moredepois de muito adiar, resolvi dar uma chance a essa famosa produção off-Broadway, em cartaz desde 2011 na cidade.

Trata-se de um teatro imersivo, com elementos de Macabeth e direção inspirada nos filmes de Hittichock, encenado em um espaço em Chelsea, chamado The McKittrick Hotel.

A ideia é mergulhar no mundo dos personagens que se espalham e se movem pelos cinco andares do local. Eu gostei da experiência, mas não acho que é algo unânime.

A história não se desenvolve de maneira lógica e não é nada fácil entender o desenrolar da história numa primeira ida. Sim, dá para ir várias vezes, mas se quiser aproveitar ao máximo sua primeira experiência, faça algo que não fiz, siga um único personagem assim que descer do elevador. Verá a peça pelo olhar deste personagem por uma hora, pois é o que dura a encenação de cada personagem (o ator a repetirá 3 x e depois começa novamente). Durante a primeira hora, já escolha o personagem que seguirá na hora seguinte, e nesta segunda hora o da terceira, que é a duração total da peça. Assim terá visto a história sob o olhar de três personagens diferentes, o que facilitará em muito o entendimento do todo.

A ambientação remete aos anos 30 e tem a atmosfera de um filme noir.

Não quero estragar as surpresas, por isso vou dar apenas algumas dicas práticas: só vá se gostar de produções alternativas e se sentir confortável com cenas de sexo e violência. Saiba que mesmo indo acompanhada, provavelmente fará o circuito só, então relaxe e não fique procurando seu/sua acompanhante. Use sapatos confortáveis e vá com ânimo para andar, correr, subir e descer escadas por três horas.

Há varias apresentações por dia e não é difícil conseguir ingressos pelo site. É possível, ainda, jantar antes ou depois do espetáculo, no restaurante temático The Heath, que fica no sexto piso, com entrada independente, mas não foi minha escolha.

Restaurantes

Também no ritmo de novidades, optei, na maioria das vezes, por restaurantes étnicos, que não são tão fáceis de encontrar por aqui.

Cosme

Restaurante mexicano do prestigiado Enrique Olvera, chef do Pujol, restaurante da Cidade do México, classificado como o 25° melhor restaurante do mundo e o 5° da América Latina pela revista Restaurant.

Fomos recomendados a pedir alguns pratos para dividir, o que sempre acho uma boa ideia, pois dá para experimentar vários. Achei todos uma delícia e o ambiente é bem badalado. Fomos numa quarta-feira, às 22h00 e estava lotado. Reservar é essencial.

Momofuku Ko

Cozinha asiática originária de vários países, preparada com técnica impecável. O chef David Chang é uma estrela da gastronomia e hoje já tem 8 restaurantes só em Nova York, sendo este o mais prestigiado, 2* Michelin e 97° na lista da Restaurant.

No entanto, depois de anos tentando um lugar neste que é um dos mais concorridos balcões do mundo, fiquei um pouco frustrada. Embora todos os pratos fossem uma delícia e a apresentação impecável, senti falta de alguma originalidade, que é justamente o que me encanta neste tipo de experiência.

Café China

Este 1* Michelin é totalmente old school em decoração. Segundo o referido o guia, “por traz da fachada está uma pequena jornada pelos magníficos prazeres de Sichuan.”

Fica em Midtown e vive cheio, por conta de comida maravilhosa e dos bons preços. Eu amei a descontração do lugar, onde estive num almoço de domingo. Reservar é essencial

Junnoon

Restaurante indiano com 1* Michelin. Ambiente clássico no salão e étnico no hall e bar. Pedimos a la carte, acompanhando sugestões do maitre, mas, como conheço pouco desta cozinha, acho que teria sido melhor o menu degustação e ter me deixado levar por sabores pouco experimentados.

Outra opção, mais casual e mais barata é comer no bar, que é lindo e estava lotado na noite que lá estivemos.

Estela

Um queridinho desde a inauguração, este minúsculo e concorrido mediterrâneo do Soho é de fato uma delícia. Muitos diriam que há muitos outros da mesma linha na cidade, mas entre estes é o único na lista dos 50 melhores do mundo pela Restaurant (44).

Gostei principalmente de oferecer porções pequenas, para que se possa pedir algumas para compartilhar ou não. Preço justo e horário até tarde o tornam também uma boa opção.

Untitled

O restaurante do Whitney, do qual eu era fã, não manteve a mesma cozinha depois da mudança do museu de Midtown para o Meatpeacking. Eu pedi uma massa, que tive que devolver de tão mole que estava e recebi outra que também não estava no ponto. O burguer do meu marido estava bom, mas a apresentação deixava a desejar. Eles perderam a recomendação Bibi Gourmand em 2017, o demonstra que já não tem mais a boa relação custo beneficio de outrora.

Candle 79

Fui conhecer eeste vegano por conta de um almoço com uma amiga que tem sérias alergias e adorei. Mesmo que não tenha qualquer restrição recomendo.

O restaurante serve comida sazonal, de alto nível, com apresentação de restaurante estrelado, utilizando ingredientes comprados diretamente dos produtores, sem pesticidas ou químicos. Tudo estava uma delícia.

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By | 2017-02-02T21:45:47+00:00 fevereiro 3rd, 2017|Am. do Norte, Estados Unidos, Nova York|0 Comments

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